Em quem devo votar?

A escolha do presente impactará o futuro

Época de eleições é sempre delicada, e nas igrejas, que são formadas por pessoas, não poderia ser diferente.

Invariavelmente, os pastores ficam preocupados como melhor orientar o rebanho sobre em quem votar, porque votar, quem é, etc.

Em maior ou menor grau, é comum haver exageros, mas ficar elegendo igrejas e pastores como únicos culpados dos problemas eleitorais e eleitoreiros no país é, no mínimo, leviandade e uma tentativa iníqua em apontar bodes expiatórios, sendo que, em se tratando de eleições no Brasil, não há, como alguns nos querem fazer crer,  anjos e demônios, embora haja bem mais candidatos escondendo rabos e aparando chifres do que limpando asas (isso foi uma ironia, ok?).

Achei interessante esta mensagem, que me foi encaminhada pela Mirtes, via email, e estou dando publicidade:

Decálogo do Voto Ético

I. O voto é intransferível e inegociável. Com ele o cristão expressa sua consciência como cidadão. Por isso, o voto precisa refletir a compreensão que o cristão tem de seu País, Estado e Município;

I I. O cristão não deve violar a sua consciência política. Ele não deve negar sua maneira de ver a realidade social, mesmo que um líder da igreja tente conduzir o voto da comunidade noutra direção;

I I I. Os pastores e líderes têm obrigação de orientar os fiéis sobre como votar com ética e com discernimento. No entanto, a bem de sua credibilidade, o pastor evitará transformar o processo de elucidação política num projeto de manipulação e indução político-partidário;

IV. Os líderes evangélicos devem ser lúcidos e democráticos. Portanto, melhor do que indicar em quem a comunidade deve votar é organizar debates multipartidários, nos quais, simultânea ou alternadamente, representantes das correntes partidárias possam ser ouvidos sem preconceitos;

V. A diversidade social, econômica e ideológica que caracteriza a igreja evangélica no Brasil impõe que não sejam conduzidos processos de apoio a candidatos ou partidos dentro da igreja, sob pena de constranger os eleitores (o que é criminoso) e de dividir a comunidade;

VI. Nenhum cristão deve se sentir obrigado a votar em um candidato pelo simples fato de ele se confessar cristão evangélico. Antes disso, os evangélicos devem discernir se os candidatos ditos cristãos são pessoas lúcidas e comprometidos com as causas de justiça e da verdade. E mais: é fundamental que o candidato evangélico queira se eleger para propósitos maiores do que apenas defender os interesses imediatos de um grupo religioso ou de uma denominação evangélica. É óbvio que a igreja tem interesses que passam também pela dimensão político-institucional. Todavia, é mesquinho e pequeno demais pretender eleger alguém apenas para defender interesses restritos às causas temporais da igreja. Um político de fé evangélica tem que ser, sobretudo, um evangélico na política e não apenas um “despachante” de igrejas. Ao defender os direitos universais do homem, a democracia, o estado leigo, entre outras conquistas, o cristão estará defendendo a Igreja.

VII. Os fins não justificam os meios. Portanto, o eleitor cristão não deve jamais aceitar a desculpa de que um evangélico político votou de determinada maneira porque obteve a promessa de que, em assim fazendo, conseguiria alguns benefícios para a igreja, sejam rádios, concessões de TV, terrenos para templos, linhas de crédito bancário, propriedades, tratamento especial perante a lei ou outros “trocos”, ainda que menores. Conquanto todos assumamos que nos bastidores da política haja acordos e composições de interesse, não se pode, entretanto, admitir que tais “acertos” impliquem na prostituição da consciência cristã, mesmo que a “recompensa” seja, aparentemente, muito boa para a expansão da causa evangélica. Jesus Cristo não aceitou ganhar os “reinos deste mundo” por quaisquer meios, Ele preferiu o caminho da cruz.

VIII. Os votos para Presidente da República e para cargos majoritários devem, sobretudo, basearse em programas de governo, e no conjunto das forças partidárias por detrás de tais candidaturas que, no Brasil, são, em extremo, determinantes; não em função de “boatos” do tipo: “O candidato tal é ateu”; ou: “O fulano vai fechar as igrejas”; ou: “O sicrano não vai dar nada para os evangélicos”; ou ainda: “O beltrano é bom porque dará muito para os evangélicos”. É bom saber que a Constituição do país não dá a quem quer que seja o poder de limitar a liberdade religiosa de qualquer grupo. Além disso, é válido observar que aqueles que espalham tais boatos, quase sempre, têm a intenção de induzir os votos dos eleitores assustados e impressionados, na direção de um candidato com o qual estejam comprometidos.

IX. Sempre que um eleitor evangélico estiver diante de um impasse do tipo: “o candidato evangélico é ótimo, mas seu partido não é o que eu gosto”, é compreensível que dê um “voto de confiança” a esse irmão na fé, desde que ele tenha as qualificações para o cargo. Entretanto, é de bom alvitre considerar que ninguém atua sozinho, por melhor que seja o irmão, em questão, ele dificilmente transcenderá a agremiação política de que é membro, ou as forças políticas que o apoiem.

X. Nenhum eleitor evangélico deve se sentir culpado por ter opinião política diferente da de seu pastor ou líder espiritual. O pastor deve ser obedecido em tudo aquilo que ensina sobre a Palavra de Deus, de acordo com ela. No entanto, no âmbito político-partidário, a opinião do pastor deve ser ouvida apenas como a palavra de um cidadão, e não como uma profecia divina.

Aliança Evangélica Brasileira

Tirado do site: http://batistas.com/acao_social/decalogo_do_voto_etico.pdf

Então, antes de tudo, lembre-se:

  1. seu voto não é moeda de troca,
  2. a urna não é privada
  3. cargo público não é lugar de bandido.

Se você vende seu voto, você não é melhor do que quem desvia dinheiro público e, se estivesse no lugar dele, provavelmente faria a mesma coisa.

Reflita nisso e vote consciente.

Senão, depois, quem vai sentar na graxa será você

mais um post tentando criar reflexões úteis aos leitores, aqui no blog Desafiando Limites.

 

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Wallace

Just another little servant of the Lord Jesus Christ. Apenas mais um pequeno servo do Senhor Jesus Cristo. Editor do blog Desafiando Limites (https://wallysou.com). Crítico do cristianismo evangélico da prosperidade e pensador cristão amador.

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Blog Comments

Acho muito interessante o fato de nossos líderes religiosos tentarem nos orientar quanto a questão do voto, mas acho chato quando eles deixam os políticos subirem no púlpito. Tb sei que não há outro momento para "apresentar" um candidato… mas púlpito é local santo…
É meio complicado falar sobre… pois nem todo candidato é corrupto. O q acontece é que caíram na descrença do povo, assim como muitos acham que todo pastor é ladrão…
Sabemos que a opinião pública é fato, mas não podemos generalizar.

Voto é coisa séria! Muitos já morreram para que hj tivéssemos esse poder de escolha.
Então… Não faça da urna uma lixeira!

Abraços!

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