Dando adeus ao complexo de vira-latas
Perguntou-lhe Davi: “Resta ainda alguém da família de Saul, a quem eu possa mostrar a lealdade de Deus?” Respondeu Ziba: “Ainda há um filho de Jônatas, aleijado dos pés”. “Onde está ele?”, perguntou o rei. Ziba respondeu: “Na casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar”. […] Mefibosete prostrou-se e disse: “Quem é o teu servo, para que te preocupes com um cão morto como eu?” 2 Samuel 9. 3,4 e 8
Essa é uma história muito conhecida no meio cristão, e que eu mesmo já ouvi pregada e cantada por diversas vezes. Todavia, Deus me fez pensar sobre ela dias atrás com a seguinte constatação: eu sempre vejo tanta gente nos denominados cultos da vitória e de libertação, genericamente falando, e é muito comum ver sempre as mesmas pessoas sempre atrás das mesmas bênçãos.
Ora, será que Deus não está respondendo essas orações? Será que essas pessoas recebem as bênçãos mas estão querendo sempre mais, viciadas em pedir e sem se satisfazer com o que já receberam? É uma pergunta constrangedora e difícil de ser respondida, mas que deve ser feita. E também respondida por esses que vivem lotando tais cultos.
A Bíblia diz que o dar é melhor, que mais bem-aventurada coisa é dar. Já parou para pensar nisso? Eu me recordo do testemunho de uma irmã que disse um dia ao Senhor: “Senhor, estou cansada de ficar abençoando os outros, sempre dando. Agora eu quero receber um pouco também”. O que ela não desconfiava quando fez essa oração é que Deus lhe responderia ao pé da letra: ela passou por dificuldades e teve que receber ajuda de outros. Ou seja, parou de dar e teve que se humilhar para receber.
Baseado nisso, fico eu cá com meus botões: o que o Brasil mais precisa hoje? Precisa de pessoas que sejam abençoadoras, que sejam ajudadoras e que repartam aquilo que têm com os que passam necessidades e/ou dificuldades. Chega de vivermos nesse complexo de vira-latas, querendo sempre o “venha a nós a ao teu reino nada”. Vamos procurar sermos mais como o rei Davi que abençoou Mefibosete ao invés de estarmos sempre querendo receber a bênção.
E, principalmente, quando formos abençoados, que saibamos também abençoar os outros, que possamos descobrir como traz satisfação sermos abençoadores. Que deixemos de ser esses “caçadores da bênção perdida” que está escondida em algum lugar oculto e inacessível, e que precisamos ficar fazendo mil e um malabarismos espirituais para sermos abençoados.
Perceba: Mefibosete era da dinastia real, mas se via como um vira-latas. Será que você também não está seguindo o mesmo caminho? Será que você é realmente aquilo que pensa que é ou pode ser mais e chegar mais longe do que pensa? Essa resposta, meu caro, só você mesmo pode dar.
Escrito para o Jornal Expresso, de Jean Souza.
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