Hoje em dia, criticar alguém é uma tarefa inglória e ingrata.
O discurso ‘politicamente correto‘ nos deixa reféns de situações onde somos quase obrigados a aceitar o ‘incorreto‘ (errado) dos outros para não abalarmos a ‘correção‘ (bem estar) em nossas relações interpessoais. Em suma, se quiser continuar sendo meu amigo, não me contrarie nem discorde de mim, porque vou levar pro lado pessoal.
Todavia, o apóstolo Paulo faz uma declaração totalmente incorreta, politicamente falando, aos Gálatas 4.16: “Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade?”. E a ocasião, onde ele, publicamente, repreende Pedro, o apóstolo líder do grupo mais chegado a Jesus? Isso era coisa que se fizesse com aquele que andou por sobre as águas e que revelou a verdadeira identidade do Filho do Homem?
Mas, espere um pouco: Jesus também não repreendeu a Pedro em outras ocasiões? Isso está registrado na Bíblia, não está? Então, por que sentimos tanta dificuldade em sermos tão claros e transparentes em nossas conversas? Por que temos dificuldades em nomear os pecados e apontar os pecadores, de forma amorosa e piedosa?
Vivesse o profeta Natã em nossos dias, teria ele a mesma coragem em confrontar Davi, apontando-lhe o dedo em riste, declarando: “Tu és o homem”? E, se fosse chamar alguém para ser um profeta desse naipe, nos dias de hoje, Deus poderia contar com você?
É comum, hoje, as pessoas não gostarem de ser criticadas, nem de aceitar críticas, como se a crítica fosse minar sua credibilidade. Mas, o que mina a credibilidade mesmo não é a crítica em si, mas como se responde a ela, seja a resposta uma veemente refutação ou um profundo silêncio. Porém, diferentemente do que se possa parecer, não aceitar críticas não é sinônimo de infalibilidade, mas sintoma de imaturidade e evidência de insegurança.
Um dos grandes contribuintes da aversão às críticas é a teologia da prosperidade. A teologia (é até um pecado dizer que essa teoria deva ser chamada de teologia =o) da prosperidade pode ser considerada, sem medo de errar, um verdadeiro naufrágio da espiritualidade, e a grande ironia é que ela é muito rasa em profundidade bíblica.
Em meu outro post, sobre a oração, recebi o interessante comentário de um colega que dizia que, antes, ele só sabia orar pedindo, e depois que conseguiu tudo aquilo que queria, agora já não sabe mais orar! Puxa, ainda não havia pensado nesse aspecto perverso da teologia da prosperidade, que é roubar do homem seu maior tesouro, seu relacionamento com Deus, por migalhas. Me lembra Esaú, trocando sua primogenitura pelo caldo de lentilhas.
Se a Bíblia diz que mais bem-aventurada coisa é dar do que receber, por que estamos tão ‘enviseirados‘, repetindo como papagaios um ridículo “me dá, me dá, me dá” ou “eu quero, eu quero, eu quero”? Onde foi que deixamos nossa Bíblia, e paramos de ler o evangelho? parece que estamos lendo o evangelho em grego ou em braile, sem entender nada, só repetindo mantras de quem advoga ser o portador da revelação mais recente.
Precisamos admirar e seguir o exemplo dos crentes bereianos: ver se as coisas são mesmo assim, e sermos mais nobres do que aqueles que apenas seguem a manada. Somos rebanho, mas temos um Pastor, não um chefe de manada, para seguir seus rompantes histéricos e sair em dasabalada carreira atrás dele. Ovelha não estará sujeita ao efeito ‘estouro de manada’, se estiver seguindo seu Pastor.
Criticar, então, pode? Será que sou fonte digna dessa resposta? Não seria o caso de pedir a opinião de alguém mais abalizado nesse tema ou, pelo menos, de mais reputação? Tenho que concordar, careço de peso e reputação para opinar de forma definitiva sobre o assunto. Assim, vou pedir ajuda aos ‘universitários’ para me auxiliarem na resposta, e chamo o universitário Jesus, da Faculdade de Nazaré. Jesus, por favor, responda: podemos criticar aquilo que não concordamos de pessoas cristãs eminentes? Sim ou não?
“Bem, meu caro, serei franco com você: meu primo, Joãzinho, perdeu a cabeça por chamar uns de raça de víboras, e repreender um rei adúltero e incestuoso. Eu fui mandado à cruz por chamar os fariseus de hipócritas e um rei de raposa, embora ter ido pra cruz tenha sido por outros motivos também. Você tem certeza que quer mesmo criticar essas pessoas que insistem em cometer os mesmos erros de mais de 2.000 anos atrás? Eles podem querer sua cabeça ou pregá-lo em uma cruz… pense bem”.
Pensando bem, é preferível seguir os exemplos de João [Batista] e Jesus de Nazaré, ainda que isso custe um alto preço, do que se calar, quando nosso dever é clamar.
E você, deseja exercer seu direito de crítica? Sim? Contra mim? Ok, ok… mas, não pegue muito pesado, hein!
=o)
Escolhas: delicadas decisões Meu filho, se me ouvires e se obedeceres às minhas palavras, receberás…
imagem do vídeo linkado no final do post Adaptação e tradução parcial: Wallace Sousa, blog…
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Eita homi di Deus. Pois nao eh q eh assim. Lindo post, e ja demonstra a porcetagem de que se tu amoganga com alguem ja da logo um baculejada na sinagoga do infeliz. Vc trink o palmito com estas postagens linderrimas e animadoras. Deixo eu ir la reaprender orar pq to prcisanso de uns cobres. Olha se algem quiser me mandar um emai, ja manda 2000 q to precisando. Abraco
apz, homem de Deus.
fico feliz por sua recuperação, amado, e que o Senhor continue lhe dando saúde para pastorear o rebanho do Senhor com graça e sabedoria, querido.
Deus o abençoe e obg por vir deixar sua contribuição no post.
Oxente!
=o)
Algumas verdades são auto evidentes, óbvias, e facilmente comprováveis por qualquer um (i.e: o fogo é quente). Outras não são evidentes, não são óbvias, se sustentam em crenças e pareceres pessoais (i.e: matar é errado. Essa interpretação varia enormemente de acordo com cultura, época, e convicções pessoais. O que não quer dizer que ela esteja errada. Ela é pessoal, não universal, e isso é bem diferente de estar errada).
Logo, quando tencionamos falar a "verdade" para alguém, temos de ter em mente se é uma verdade evidente ou não, pois se não for, ela é baseada em opinião pessoal nossa, que pode ser contrária à opinião do interlocutor. Se não tivermos esse cuidado, e apresentarmos como uma "verdade absoluta e irrefutável" algo que, basicamente, é uma opinião pessoal (por mais que estejamos certos dela, ela ainda é uma opinião pessoal), então estaremos assumindo o manto de "dono da verdade", estamos colocando para os outros, sem qualquer base para issso, que a nossa opinião pessoal é mais válida que a opinião pessoal dele. E isso é de fato um desrespeito à capacidade do outro.
Com um "dono da verdade" não há diálogo, só monólogo. Se tenho a certeza que detenho a verdade absoluta, não vou ouvir legitimamente ninguém que discorde de mim, pois esse pobre coitado estará inevitavelmente errado, e logo, não me acrescentará em nada. Eu assumo automaticamente que ele, nesse ponto, é inferior a mim. E o fato é que ninguém gosta de ouvir monólogos, ninguém gosta de ver que o outro o está considerando (e às suas opiniões) menos válidas que a dele, em um assunto que o outro é incapaz de provar que está certo. As pessoas fecham os ouvidos a isso automaticamente, enquanto poderiam estar abertas a uma outra abordagem mais humilde. Há muita diferença entre um "você está errado" e um "creio que você está errado", ou um "segundo minhas crenças, você está errado. Gostaria de saber porque?".
Não vou com a mania do politicamente correto, mas um princípio básico da vida em sociedade é que, se eu quero minha opinião e modo de vida respeitado, devo fazer o mesmo com os outros. Manifestar opiniões pessoais é ótimo, debatê-las, melhor ainda, mas daí a querer que a sociedade ou as pessoas se modifiquem por causa de minhas opiniões pessoais, moldando o mundo e a sociedade ao que eu acho correto, isso é um orgulho desenfreado e uma falta de respeito imenso ao próximo.
Se queremos alardear uma "verdade", estejamos prontos para prová-la, para torná-la óbvia. Se isso não puder ser feito (e uma coisa não poder ser provada não quer dizer que ela seja falsa), então tenhamos a humildade de ver que é uma posição nossa. Falemos dela para quem queira ouvir e fazer uso dela, e para quem não quiser, bem, essas pessoas tem todo o direito de ter sua próprias opiniões (enquanto não estiverem trazendo prejuízo óbvio a elas mesmas, à outrem ou a sociedade) e de viverem baseados nelas, o mesmo direito que eu tenho de ter minhas opiniões, e viver baseado nelas, mesmo que isso faça meu estilo de vida diferente do dos outros.
Ou será que eu acharia legal que as pessoas falassem contra mim em qualquer canal, ou pior, agissem na sociedade para inibir meu modo de vida, baseadas apenas e tão somente no fato de que elas (ou suas crenças e filosofias) ACHAM, sem poder comprovar, que eu estou errado?