Costumo dizer q eu era uma ameba cega, ou seja, eu era a típica pessoa ‘boazinha’, porém tinha uma espécie de venda nos olhos que não me deixava enxergar mais além do que uma vida natural. Nunca fiz mal a ninguém, nunca matei, nunca roubei… blá,blá,blá… Mas sempre me senti estranha por dentro, como se algo faltasse dentro de mim. Ahh se meu travesseiro falasse…!
Lembro-me que, ao dormir, eu sempre chorava e reclamava com Deus. Eu dizia: “Deus, se tu fosse bom mesmo, minha mãe não teria brigado comigo hoje. Tu sabia q a culpa não era minha! Tô com raiva de você!”. E então, dormia com raiva de Deus. A vida de uma adolescente do passado não era muito diferente da de hoje: eu era extremamente deprimida devido a discussões em casa, dificuldade financeira, baixa auto-estima, muita acne, cabelo feio, me achava feia… e uma coisa q muita gente acha bobagem: morria de medo de filmes de terror… Isso me deixava comum tremendo medo de ficar em casa sozinha à noite, ou de atravessar o longo corredor que dava para os quartos. Eu sempre imaginava que tinha uma espécie de homem-aranha pendurado no canto da parede, ou que a menina do filme “O exorcista” estava flutuando bem atrás de mim!
Lembro também que por diversas vezes, no meio da noite, eu sentia algo me prendendo! Não conseguia mexer, nem falar. Era como se meus braços estivessem amarrados e todo o meu corpo perdesse a força e não tinha como me soltar. Abria a boca para gritar, mas voz não saía… Outras vezes, uma tal coisa (q até hoje não sei explicar) se repetia como uma dízima periódica sem explicação, mas altamente opressor… Outra vez era como um novelo de lã engodado, onde apenas um fio era puxado lentamente e infinitamente, com vozes de discussões ao fundo, longe… (eram meus pais)… ou mesmo uma batida sincronizada sem fim… Ai…! Até de lembrar me dá mal-estar… E cresci convivendo com esses medos, esses tormentos.
Quando eu tinha 16 anos de idade um amigo q morava na minha rua resolveu aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador. Todos os meus amigos logo o acompanharam, inclusive meus 2 irmãos. Então, meu irmão mais velho, quando voltava do culto me falava coisas que me deixavam de queixo caído, tipo:
“Deus falou comigo hoje. Sabia que Deus fala com a gente?”;
“Sabia q mentir é pecado? Qualquer mentirinha é pecado, mesmo que seja para o bem…”.
Ele deve ter dito milhões de outras coisas e isso foi fazendo com que eu ficasse curiosa. Mas é claro: NÃO QUERIA SABER DE SER CRENTE!
Lembro-me que por volta dos 6 anos, eu e meu irmão ficávamos imitando (zoando) nossos vizinhos da frente que eram crentes e davam “Glória a Deus” e “Aleluias” bem alto! Bolávamos de rir com essas coisas! Mal sabia eu… rsrs
Meu pai era de uma ‘família tradicionalmente católica desde a época que seus descendentes vieram de Portugal’ (palavras dele), e jamais admitiria que qualquer filho seu se tornasse ‘um crente’! Mas a queridinha do papai aqui resolveu visitar a igreja! Meu Deus… foi uma revolução em casa! Meu pai ficou uma fera e logo gritou: “Não vá inventar de ser crente também!”. Eu logo respondi: “Claro que não, né! Só quero ver como é lá. Tá vendo que eu num vou virar crente!”.
Quando cheguei à igreja, achei aquele povo muito estranho. Eram sorridentes demais, simpáticos demais, perfeitinhos demais! Me receberam muito bem. Eu não estava acostumada com aquele tipo de tratamento. Acabei gostando e acho q devo ter voltado lá mais algumas poucas vezes.
Com toda a vizinhança adolescente crente e cheia da sede de Deus, todos queriam saber apenas de orar! Certa vez, quando meu pai saiu de casa furioso (momentos corriqueiros), meus irmãos, minha mãe e os vizinhos se reuniram lá em casa para uma breve oração (em prol do meu pai se acalmar). Juntei-me a eles e enquanto oravam, eu sentia um peso atrás de mim. Era como se tivesse algo muito tenebroso. Eu praticamente podia ver uma sombra escura em minhas costas me amedrontando. Quando a oração acabou, falei q estava “sentindo algo estranho, como um peso em minhas costas”. Eles me convidaram a ficar no meio do círculo e oraram por mim. Fiquei aos prantos, pois sentia essa opressão sempre e não queria mais sentir. Clamei com lágrimas descendo pelo rosto: “Jesus, eu te aceito! Eu te aceito!”
Isso foi uma terça-feira. Aguardei ansiosamente o domingo para ir à igreja novamente e aceitar publicamente Jesus como meu Senhor e Salvador. E assim o fiz! Dia 05/12/1999. Quando meu pai soube, tratou logo de fazer as malas e foi embora para sua cidade natal! Ele não admitia que sua ‘família tradicionalmente católica’ se tornasse crente. Minha mãe, q também tinha aceitado a Jesus, mas não congregava ainda, foi buscá-lo e ele voltou para casa após 15 dias. Nunca fomos proibidos de congregar, mas ele não nos dava dinheiro para ir até a igreja. E como aqueles dias eram tempos difíceis ($$), minha mãe nos dava dinheiro escondido. Rsrs
E foi assim o início de tudo…
A Palavra de Deus diz que quando conhecemos a verdade somos libertos. (João 8.32). Após 10 anos, com Cristo vivendo dentro de mim, posso hoje olhar para trás e ver que verdadeiramente tudo se fez novo!
– Aos 16 anos, eu tinha muito medo de me tornar uma mulher vulgar e cada vez mais depressiva. Vendo quem eu era ontem posso imaginar, sem medo, que eu talvez já tivesse pelo menos uns 2 filhos e mesmo assim não estar casada, pois já não cria mais no casamento. Sempre gostei de cantar, mas as músicas que eu ouvia eram sempre depressivas e só me deixaram cada vez mais down.
– Minha irmã mais nova provavelmente seria uma mulher envolvida com esoterismo, vivendo promiscuamente. Detalhe: acabei de saber q ela tinha “interesse pelas drogas” (palavras dela).
– Meu irmão seria um alcoólatra, inteligente, com a vida desgraçada. Ele sempre foi bonitão e ‘ficava’ com muitas meninas. Era skatista… talvez também seria um drogado.
– Meus pais… bem… Quem sabe, eles já teriam se matado devido a tantas brigas ou mesmo estariam se digladiando até hoje sem ter coragem de se separar.
Continuando o raciocínio…
Quando aceitamos a Jesus as coisas velhas passam e tudo se torna novo! (2Coríntios 5.17) O Espírito Santo gera em nós um desejo de buscar a Deus e somos transformados em novas pessoas. Muitas vezes, nos tornamos irreconhecíveis!
No meu caso, e no caso da minha família não aconteceu diferente:
– Hoje sou uma pessoa extremamente feliz, sorridente, cheia de esperança e muito pacata. O Senhor tem me mostrado que meus conceitos sobre a vida estavam deturpados. Ainda não casei e também não tenho filhos. Espero no Senhor o meu marido e grandes são as promessas em minha vida. Sou professora, canto no coral da igreja. Quando estou meio tristinha, ouço louvores e basta começar a cantar que todo mal vai embora! Aleluia!
– Minha irmã mais nova está casada há um ano. Não se tornou exotérica. Casou-se com um servo do Senhor, pregador da palavra, professor. Ela também louva na igreja e é uma excelente esposa. Ambos são universitários. As únicas drogas q ela toma são os remédios pra sinusite crônica! rsrs (Veja o post do Teologando)
– Meu irmão não casou ainda e não tem filhos, mas é um ministro de louvor na igreja, simpático, respeitador, e também espera no Senhor a sua esposa.
– Meus pais… bem… Os dois não se separaram, pelo contrário! Após 25 anos de união estável resolveram casar no civil e nós, seus 3 filhos, fomos as testemunhas do casamento!
– No ano de 2003 meu pai não conseguiu mais resistir ao amor do Senhor e o aceitou como seu Senhor e Salvador. Hoje ele está na Glória com Cristo (essa é a maior vitória do crente. Aleluia!). Minha mãe é uma serva do Senhor tremendamente usada por Deus. Vive para Ele e por Ele.
Esse é poder da transformação do Senhor em nossas vidas! Ele pode transformar qualquer vida, qualquer família, basta apenas depositar em suas mãos todos os temores e confiar.
Pudemos ver o futuro de uma família totalmente tendencioso à destruição e que o poder do amor de Deus teve a capacidade de transformar!
Um testemunho sempre tem muitos detalhes, então, faço minhas as palavras do apóstolo João: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém.” João 21.25
Ainda alguns irmãos meus não aceitaram a Jesus, mas cremos na promessa:
“Tão somente crê no Senhor Jesus e será salvo tu e tua casa”. Atos 16:31
Fonte: Kelly Nas Águas
Meu comentário: é, às vezes, achamos que temos o controle de nossa vida, mas, graças a Deus, o controle está nas mãos poderosas do Senhor.
Escolhas: delicadas decisões Meu filho, se me ouvires e se obedeceres às minhas palavras, receberás…
imagem do vídeo linkado no final do post Adaptação e tradução parcial: Wallace Sousa, blog…
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Sobre seu comentário final...
Realmente... Entregamos a Deus o senhorio de nossas vidas, mas muitas vezes queremos ter o controle, "dar uma mãozinha". Nessa ajudinha que queremos dar acabamos nos machucando.
O Senhor quer apenas q descansemos em Seus braços e Ele cuidará de tudo!
Tão somente: "Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e o mais ele fará." (Salmo 37:5)