Se timidez for uma doença, eu achei a cura

coisa constrangedora é fazer xixi nas calças…

A história que vou contar seria trágica, se não fosse cômica. Isso hoje, porque, na época, era muito trágica para ser cômica… risos

Quem me vê, hoje, escrevendo em blog, dando aula na igreja, já tendo dado palestra, nem desconfia que sou tímido! Verdade, eu sou tímido sim, pode crer. A diferença entre eu e um tímido “comum” é que aprendi a controlar minha timidez e deixá-la dentro dos limites aceitáveis. Sabe? Timidez é como medo, todo mundo tem, mas tem pessoas que sabem conviver e controlar seus medos, cercando-os de racionalidade. Como dizem por aí, tenha medo de pessoas que não têm medo. Ter medo é saudável, desde que você controle o medo e não o medo controle você.

Mas, quando eu era criança, lá pelos idos do século… ah, você já está cansado de me ouvir falar que nasci no século XX. Pois então, quando eu era criança lá em Barbacena tinha por volta de 7-8 anos, no distrito de Hortolândia, pertencente a Sumaré, em São Paulo (Nota: hoje, Hortolândia é uma grande e promissora cidade, acho que ela começou a crescer depois que mudei de lá… risos), e fazia a primeira série, se não me engano, houve um fato marcante naquela minha primeira década de vida.

Como já faz alguuuuuum tempo, e minha memória não anda lá essas coisas depois que investi meu tempo e esforços cerebrais para estudar para concursos que, segundo um profº, estudar para concurso não deixa você MAIS doido, apenas revela o potencial… Então, onde eu estava mesmo, ah sim, dizendo que minha memória já não era mais aquela, e antes de ocorrer outro apagão, vamos à história com detalhes sórdidos e urêicos (de uréia, calma que você vai entender).

Naquele fatídico dia de 1900 e lá vai pedrada, numa sala de aula de um colégio público qualquer, lá estava eu, remexendo-me na carteira escolar, controlando uma necessidade premente, urgente e tremente de… fazer xixi. Naquela época, as crianças ainda tinham que pedir permissão para irem ao banheiro, casinha, etc. E eu, do alto de meus 7-8 anos, dotado de uma timidez exemplar, somente vencida em ocasiões de vida ou morte, estava aguardando minha professora terminar um infindável conversa com uma pessoa que achou de entrar na sala justo na hora em que minha bexiga resolveu dar sinal de “aqui não cabe mais!“.

Como disse, a timidez mandava em mim, nem sei bem porque era tão tímido naquela época, mas parecia um círculo vicioso: acontecia cada coisa que me mostrava que era muito mais seguro e confortável não se aventurar a se expressar por qualquer coisa, em qualquer situação, porque, cada vez que eu tentava quebrar essa regra, acabava me dando mal e passando por vexames estrondosos, pelo menos para uma criança naquela idade, que ainda não sabia o que era geometria nem enxergava outras dimensões além de um adulto com um giz ou chinelo na mão.

Já não suportando mais as fisgadas que vinham da parte de baixo da bermuda, levantei-me e fui em direção à mesa onde a professora filosofava tranquilamente com a outra pessoa. Fiquei parado esperando ela me perguntar o que eu queria, para dizer afobadamente que queria ir ao banheiro, sanitário, casinha, etc. Até fazer atrás do poste, levantando a perninha, eu tava aceitando. Já não conseguia pensar em mais nada a não ser aquela sensação de alívio, coroada com um “aaaaahhhhhhhhhhh“. E a professora? Nem se dignou a me dirigir o olhar e eu, já cansado de ficar feito poste na frente da turma, na maior vergonha, fui me sentar de novo.

Mas, acho que não consegui me segurar nem 5 minutos mais, e voltei a ficar em pé ao lado da mesa daquela mulher cavernosa, que mais parecia um cachorro roendo osso, que nem olha para quem chega perto, a não ser para rosnar quando sente que a distância ultrapassou o limite da indiferença. Mas, eu não tinha opção: ou ela olhava pra mim e me perguntava o que eu queria, ou minha bexiga explodiria. Meu Deus, que situação… acho que aquela foi a primeira e única vez que passei por aquilo na vida. Bem… em termos líquidos foi essa, agora em termos mais, digamos, sólidos houve outras situações… #vergonha+braba

Onde é que eu estava mesmo? Já comentei que minha memória já não é mais aquela? risos

Ah sim, lá estava eu, parado, quer dizer, aparentava estar parado, mas minhas perninhas estavam quase cruzando uma na outra. Então, aquela representante da Idade das Cavernas – ou das Trevas, não sei – percebeu que eu não iria me sentar de novo, virou seus olhos fustigantes para mim… sinceramente, não sei que bicho tinha mordido ela, mas o que mordeu, morreu! #mulher_venenosa

Nunca me esquecerei daquele olhar… ela olhou bem dentro dos meus pequenos e brilhantes olhos e disparou, sem mais nem porquê: “QUE É QUE VOCÊ QUER, MININO? VAI SENTAR, JÁ!”. Meu amigo, pense numa tremedeira que me deu, numa angústia indescritível e numa vontade de me enfiar por baixo do chão. Esqueci os apelos da bexiga que, naquela hora, estava pela hora da morte, e voei de volta pra carteira. Nem vi quando saí da frente dela e sentei. Acho que teria ultrapassado o Rubinho Barrichelo sem dar sinal. Ok, ok, TODO mundo ultrapassa o Barrichelo, mas eu tinha menos de 10 anos na época, então dá um desconto, vai.

Quando me sentei, passado o susto, vieram as contrações do parto cólicas da bexiga. Estavam insuportáveis e, pior, irreprimíveis. Eu não sabia, mas, naquele momento, senti que daria pra liberar SÓ um pouquinho… mentira, acho que não tava mais dando pra segurar e meu cérebro entrou em acordo com a bexiga e me disseram: “deixa vai, são só umas gotinhas!”. Quando menos – ou mais, não sei agora – senti, algo quente começou a escorrer pelas minhas coxas, e uma sensação agradável percorreu meu corpo. Sabe aquele “aaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhh“? Pois é, pois foi, só sei que foi assim.

Mas, quando aquele líquido abandonou a segurança da carteira e, escorrendo pelas pernas, alcançou o chão duro e frio, encontrei-me em apuros: a criança que estava logo atrás de mim, quando viu aquela mancha escura estendendo-se debaixo da cadeira, não teve dúvidas e, após uns poucos segundos de hesitação, soou o alarme: “HAHAHAHAHAH, ELE FEZ XIXI NAS CALÇAS! HAHAHAHAHA“.

Eu teria prazer em narrar o restante da história, mas só me lembro até essa parte e, por algum motivo desconhecido para mim, após ouvir as risadas histéricas da turma e a professora, enfim, se levantar da cadeira soltando fumaça pelas ventas, perguntando o que estava havendo, o mundo começou a girar e a ficar tudo escuro… e cá estou eu, hoje, fazendo papel de besta, contando minhas tragédias para lhe servirem de comédia… risos

Postou wally, Desafiando os Limites da timidez… #FATO

Wallace

Just another little servant of the Lord Jesus Christ. Apenas mais um pequeno servo do Senhor Jesus Cristo. Editor do blog Desafiando Limites (https://wallysou.com). Crítico do cristianismo evangélico da prosperidade e pensador cristão amador.

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  • Um efeito colateral dessas "confidências" é que a gente acaba se
    identificando de um forma ou de outra.

    Além de eu também ter sido um menino muuuuito tímido - e ainda hoje lutar
    bravamente am algumas situações para que ela não volte a me dominra - , eu
    passei também outro dia por algo parecido com o que o "pequeno Wallace"
    vivenciou nos idos de... bem deixa a datação para fazerem com Carbono 14...
    hehehe!

    O fato é que há uns 15 dias atrás eu tive uma inesperada e fulminante cólica
    renal. E fui levado às pressas ao Pronto Atendimento do hospital pelo meu
    prestativo amigo Juvan, que mesmo andando com a camionete a mais de 140Km/h,
    tinha a impressão de que não estava saindo do lugar. Isto devido aos berros
    que eu estava dando, cada vez mais altos... (dizem que é o mais próximo de
    uma dor de parto que um homem pode vir a sentir).

    Dei entrada no Hospital quase parindo o coração pela boa e, após ser
    medicado (Buscopan na veia e tudo o mais), e e ncontrado um enfermeiro
    crente para levantar um clamor em pleno PA Hospital Jardim Cuiabá, a dor
    passou, o médico que me atendeu e pediu alguns exames que, ao serem
    apresentados uns quatro dias depois ao urologista, este achou necessário que
    eu fizesse uma ultrassonografia.

    Marquei o bendito do exame para as 10:00 do outro dia, e a atendente me
    informou "gentilmente" que eu deveria me apresentar para o exame "com a
    bexiga cheia". E me disse ainda que, para tanto, era necessário que eu
    ingerisse não menos que seis copos de água (+- 900ml).

    No fatídico horário do exame, constataram que a bexiga não estava cheia o
    suficiente (era pra estar estourando, e eles insistiam em dizer "cheia"...).
    Ai vou eu ingerir mais água, chá, café, suco, e toda espécie de líquidos que
    tinha ali na recepção, propositalmente à vontade.

    Só que demorou tanto para me chamarem de volta, que aí sim, ela ficou mais
    do que cheia, e a vontade de urinar começou a ficar insuportável. E quando
    finalmente me chamaram, a atendente me avisa que se estivesse muito cheia,
    eu poderia esvazia-la "um pouquinho".

    Diferentemente do pequeno Wallace, eu fui até o banheiro e, da mesma forma
    que ele, tentei deixar sair só "umas gotinhas"...

    Bendita sensação de alívio, que me custou ingerir mais ou menos um litro de
    água, chá café, suco... tudo de novo, pois não teve como parar no meio,
    hehehe!

    Ainda bem que deu negativo, e nem os sinais característicos da migração do
    cálculo renal foram visualizados... muito menos novos cálculos. Menos
    mau...!

    Acho que foram detalhes "urêicos" demais pra hoje, né! Hehehe!

    Em Cristo,

  • Bem... que situação braba meu amigo.. rsrs.

    Pelo menos nesse dia aprendeu uma lição: Liberar umas gotinhas nunca mais, ne?

    hehehe.

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Wallace

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