Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Hebreus 11.13

A Vitória em meio à perseguição

Talvez ‘vitória’ seja uma das palavras mais citadas nas igrejas evangélicas hoje. É uma palavra muito bonita, que segundo o pai-dos-burros, o famoso dicionário, quer dizer: “Ação ou efeito de vencer. Qualquer sucesso, êxito ou vantagem alcançada. Triunfo.”  Pensando nisso, fui ler esse texto de Hebreus 11 (se você quiser, dá uma lidinha lá depois, ou antes de continuar, tem várias traduções disponíveis). Ali é a famosa seção dos Heróis da Fé. E herói é alguém que obtém vitórias, alguém que podemos imitar e admirar. Alguém que cometeu um ato de heroísmo (dã). E esses heróis lá citados, com certeza são alguns dos maiores vencedores que o mundo já viu.

Creio que quando o Apóstolo Paulo disse lá em Romanos 8.37: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (já te explico o negrito) tinha em mente cada um dos exemplos citados em Hebreus 11. Ele pensava nas vitórias que esses homens tinham alcançado no cumprimento das promessas que Deus fizera. Imaginava todas as dúvidas e angústias que esses homens passaram para serem vitoriosos. E viu que nessas coisas eles são mais do que vencedores.

Olha um vencedor aí

Sim! A vitória deles era nas aflições e na esperança de algo melhor. Se você ler versículos antes em Romanos 8.36 lerá: Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. O fato de sermos entregues a todas essas coisas nos faz vencedores em Cristo, e nenhuma dessas coisas pode nos separar do amor dEle.

Aqueles homens creram nas promessas e obedeceram ao chamado. Como assim? Ora, vamos a Abraão. Deus lhe disse: sai da tua parentela, para a terra que eu te mostrarei. E te farei uma grande nação, abençoarei a tua semente, e engrandecerei o teu nome e tu serás uma benção (Gênesis 12.1-2). A promessa era ser uma grande nação, mas para isso, teria de sair do lugar onde estava. Do mesmo modo Moisés: Deus disse que ele iria ser usado para libertar o povo, mas para isso teve que negar o direito de ser chamado filho da filha de faraó e ter riquezas, e fama etc em abundância.

A Josué foi prometido que ninguém poderia se suster diante dele e que o Senhor seria com ele como fora com Moisés. Mas também lhe foi dito que para isso ele deveria se esforçar e fazer conforme o que estava escrito na lei que Moisés ordenara. Todos estes, crendo nas promessas abriram mão de seus prazeres, para alcançarem as promessas. E todos eles morreram sem verem-nas se cumprirem. Moisés morreu sem entrar na terra prometida, Abraão sem ver a grande nação, Josué sem ver Canaã totalmente conquistada.

Eles creram que Deus iria cumprir a promessa e que a sua maior recompensa não estava nessa terra, mas no céu.

Todos estes apontavam para o exemplo de Cristo! Jesus, amando a este mundo mais do que a si mesmo, entregou-se, não negando a dor da cruz, para que fossemos feitos filhos de Deus. Olhando para a nossa reconciliação no seu sangue, morreu por nós, suportando a humilhação do calvário e recebendo assim, um nome que é sobre todo nome e sendo salvação para todos os que crerem. E nós depois dEle, também aceitamos as humilhações, visando uma melhor promessa.

Sim! Porque a maior promessa é a tão sonhada Jerusalém, a nossa pátria. Nela teremos a perfeita comunhão com Jesus. Por essa esperança, nós devemos pregar o evangelho de Cristo, morrendo para os nossos prazeres para que outros tenham a vida e para que nós alcancemos um melhor galardão no céu. Através das angústias, que comparadas a glória futura não são nada, nós alcançamos um melhor galardão, pregando a palavra e sofrendo todo tipo de perseguição, para cumprir o que nos foi mandado.

A exemplo de Cristo, devemos atravessar essa vida, deixando de lado o nosso ‘eu’ para se preocupar com o que move o coração de Deus. Como está escrito: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Esse é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”

Devemos ser cheios do amor de Jesus. Primeiramente o amor por Deus acima de tudo, mas esse mesmo amor nos conduzirá a amar nosso próximo como a nós mesmos. É a esse ponto que eu quero chegar.

Devemos falar de Cristo às pessoas, porque essa é a maior prova de amor ao nosso próximo. Devemos cuidar dele de todas as maneiras possíveis, mas a oportunidade de salvação é o maior cuidado que ele pode receber. Através de nós, Deus quer salvar as vidas que perecem. Através de nós Deus quer libertar os cansados e oprimidos. Quer libertar os cativos! Através de nós quer levar refrigério ao angustiado, água ao sedento e alimento ao faminto. Mesmo que isso nos leve a sofrimentos, a dores, a calúnias, a prisões e até a morte!

Porque essas coisas, perto do que nos está preparado na glória não são nada, antes, abrilhantam o nosso galardão. Porque vale a pena sofrer isso para que o nosso próximo alcance um galardão como o nosso!

Querido, Deus te chama! Ele te chama pra levar vida aos mortos. Ele te chama para evangelizar sua família, seu vizinho, seu bairro, sua cidade! Ele te chama pra levar a paz que excede todo entendimento ao seu país! Ele te chama para viver intensamente o amor de Deus! Ele te chama para evangelizar as nações distantes!

Ele te chama para levar a cruz.

Tagore Morais

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