Blog Desafiando Limites entrevista Alan Campos (Neurus07)

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Blog Desafiando Limites entrevista Alan Campos (Neurus07)

Caros, segue a entrevista com Alan Campos (Neurus07 do Fórum Concurseiros), aprovado no último concurso para AFC/CGU 2012.

Blog Desafiando Limites – Fale brevemente de você, de onde é, onde está hoje e se faz algo além do cargo para o qual assumiu.

Eu me chamo Alan Campos de Souza, nasci no Rio de Janeiro-RJ. Vim para Brasília com 6 anos (meu pai era Sargento do Exército). Com 17 anos, passei no concurso para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), que fica em Campinas-SP, indo em seguida para a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), e me graduei em Ciências Militares em 2002.

Depois de formado, escolhi retornar para Brasília. Decidi estudar pra concurso em 2005, porém só comecei a me preparar adequadamente em 2008.

Assim como você, sou AFC/CGU, aprovado no último concurso de 2012, em 14º lugar, para a área auditoria e fiscalização/geral – Brasília. Tenho 32 anos, sou casado e possuo um filho de 3 meses (nasceu praticamente no início do curso de formação da CGU, que foi em outubro de 2012).

DL – Quantas HBC você contabilizou durante sua preparação? Como fazia para registrá-las?

Antes do concurso da CGU eu não contabilizava as HBC. Para o concurso da CGU eu estudei 131,25 horas. Mas, estudei muito antes disso, para outros concursos. Só comecei a contabilizar o tempo de estudo para o concurso da CGU de 2012 após o edital.

Esse concurso da CGU foi o primeiro que controlei de forma precisa o tempo de estudo e o estudo das matérias, bem como o índice de acerto de questões e resoluções de simulados.

DL – Como otimizar os estudos na reta final: revisão, exercícios, teoria complementar, normas? Considere aproximadamente 2 semanas antes da prova.

O meu desejo era ter tirado férias 1 mês antes da prova, de modo que eu pudesse realizar uma boa revisão. Isso não foi possível. O que eu pude fazer foi estudar o máximo que era possível, fazendo revisões apenas daquilo que eu errava nos exercícios.

Creio que o ideal teria sido revisar nas duas últimas semanas, utilizando resumos e lendo a legislação seca. E também verificar/treinar com muita atenção os possíveis temas que podem cair na discursiva.

DL – Como otimizar o estudo de matérias difíceis? E como memorizar tantas leis e normas tão diferentes, complexas e extensas?

O jeito é dar prioridade pra aquilo que você tem mais dificuldade. No concurso da CGU por exemplo, eu dei uma atenção especial para as matérias peso 3 – principalmente Políticas Públicas, que foi o que me derrubou no concurso para APO-MPOG em 2010.

Quanto à memorização, a melhor escolha ainda é a de tentativa e erro, para ver o que funciona para você. No meu caso, era a repetição: eu não estava com tempo para fazer resumos ou mapas mentais.

Eu procurava sempre rever os exercícios que eu errava e a teoria relacionada a eles. Se eu errava, era porque eu não sabia ou não lembrava daquele assunto.

DL – Durante os estudos, o que você fazia quando batia o sono? Tomavam ducha de água fria? Tirava uma soneca? Quanto tempo?

Quando batia o sono, eu tomava água gelada, lavava o rosto. Se já fosse no final da noite e não estivesse rendendo o estudo, eu ia dormir mesmo, e tentava compensar no dia seguinte.

Não sou a favor de sacrifício de sono, pois é durante o sono que “gravamos” o assunto no cérebro.

DL – Você focou em apenas um concurso ou estudava para outros em paralelo?

Meu foco inicial em 2005 era a Receita. Em 2007 decidi mudar para o TCU. Como em 2011 não havia previsão para concurso para AFCE/TCU, decidi estudar para a CGU, logo após ter feito a prova do Senado.

Já fiz muito concurso. Perdi a conta de quantos eu fiz.

DL – O período do “edital na praça” foi um período de muita tensão e estresse? Como vocês lidaram com isso?

Eu comecei a estudar pra CGU logo após a prova do Senado. Um mês depois saiu o edital mais ou menos. Não me estressei, apenas procurei estudar o máximo possível, mas sem crise.

DL – Qual era o seu método de estudo (cursinho, sozinho ou em grupo)? Participava de fóruns e debates?

Já fiz cursinho antes, mas desde 2009 que estudo sozinho, com aulas online (pdf). Tínhamos um grupo de estudo, reuníamos 1 vez por semana (praticamente todos já foram aprovados em algum concurso – TCU, CGU, BACEN).

Eu acesso constantemente o fórum concurseiros em busca de dicas e debates.

DL – Você utilizava algum método e/ou técnica de concentração? Praticava alguma atividade física?

Eu procurava estudar em blocos de 25 min, descansar 5 min, retomar mais 25 min e descansar 10. Depois repetia isso. Estudar fracionado desse jeito me deixava mais concentrado e menos cansado.

Atividade física eu fazia diariamente, eu era militar, havia tempo para educação física no quartel. Geralmente eu corria por 30 minutos e fazia barra, flexões e abdominais (há teste físico 3 vezes ao ano), entre as 08:00 e 10:00h da manhã.

DL – Você passou por momentos de estresse no decorrer da preparação, e outros infortúnios como: insônia, estafa, cansaço, etc?

O meu pior momento foi em 2009, quando logo depois da prova do TCU/Obras eu me separei. Fiquei sem estudar ate janeiro de 2010, quando então retomei os estudos.

É normal desanimar, ter problemas pessoais durante a caminhada. Depois de uma reprovação a tristeza sempre bate. Mas o importante é não desistir e seguir em frente.

DL – Considerando o cenário atual e o crescente número de candidatos, qual o prazo estimado para alguém, que partiu do zero, ser aprovado em um dos concursos TOP, tais como CGU, TCU, Receita, etc? (em anos, em horas de estudo).

Acho que de 1 a 2 anos. Menos que isso é exceção alguém passar. Outra coisa: é plenamente possível a pessoa trabalhar e estudar ao mesmo tempo. É só se organizar e levar a sério.

DL – O que você nos diz: valeu a pena? Faria tudo novamente? Mudaria algo na estratégia adotada?

Claro que valeu! Algumas coisas eu teria feito diferente, por exemplo, estudar de forma mais organizada, como fiz pro concurso da CGU, controlando o tempo de estudo por matéria conforme o peso delas no edital e controlando o índice de acerto das questões.

Creio que nos concursos anteriores eu “batia na trave” porque não tinha estudado dessa forma.

DL – Você, como ex-concurseiro, se sente realizado com a conquista? Por quê?

Me sinto realizado porque era uma necessidade pessoal sair do meu antigo trabalho (Exército), pois lá eu não me sentia feliz.

DL – Geralmente vemos muito ex-concurseiros respondendo à pergunta “como está sendo o novo trabalho” e a resposta quase sempre é um “conto de fadas” ou um “curtindo a vida adoidado”, merecido por sinal (risos).

Mas há poucos (ou nenhum) relatos de aprovados que não se adaptaram ou simplesmente não gostaram do novo emprego. Então, é tudo tão bom quanto falam? O concurso é, de fato, a solução para quem está insatisfeito na iniciativa privada?

Acredito que a pessoa deve conhecer o órgão e a carreira que pretende ingressar. Eu procurei fazer isso, visitei o órgão, conversei com colegas que já tinham passado no concurso. Eu estou muito satisfeito na CGU.

Acredito que muita gente reclama por falta de referencial para comparação. Eu nunca trabalhei na iniciativa privada, então não sei como é, pois entrei pro Exército muito novo, com 17 para 18 anos. Mas, em minha opinião, muita gente reclama sem ter razão.

DL – Após a nomeação e a tão sonhada posse, como é, genericamente, o ambiente de trabalho? Sente-se realizado profissionalmente?

O ambiente de trabalho é bom, me sinto feliz na CGU. Espero que melhore cada vez mais. É um órgão que tem muita visibilidade na Administração Pública e muito respeito.

DL – Você é, de fato, um ex-concurseiro ou ainda tem algum projeto de estudos para o futuro? Explique.

No futuro penso em cursar a faculdade de Direito, mas atualmente quero dedicar meu tempo à família, pois estou com um filho de 3 meses. Eu até tenho penso em dar aula ou escrever um livro voltado para concurso um dia, mas agora não é possível.

DL – Você obteve apoio da família e amigos para assumir um projeto de vida tão importante como este (o concurso ficou igual ou pior a um vestibular)?

Em parte. Meus pais aceitavam, mas não aprovavam 100%, pois queriam me convencer que ficar no Exército seria melhor (meu pai é militar aposentado). Os amigos apoiavam. A família não deve ser deixada de lado, pois é o que te segura nos momentos difíceis.

DL – Quais foram os motivos determinantes para decidir por este concurso: status social, dinheiro ou realização pessoal de exercer esta profissão?

Optei pelo ciclo de gestão (CGU, TCU, MPOG) pois eu achava o trabalho mais interessante – controle e fiscalização. A remuneração também é muito boa. O salário é muito bom, mas não foi o motivo principal para a escolha do cargo.

DL – Como você avalia o custo de vida em Brasília, em relação a outras capitais, como São Paulo, Belo Horizonte ou Rio de Janeiro, p. ex.?

Em Brasília o custo de vida é alto, principalmente quanto à habitação e à educação. No futuro penso em ir para outra cidade, quem sabe.

DL – Que conselho deixa aos nossos leitores concurseiros, tantos iniciantes como experientes?

A coisa mais importante é nunca desistir, e estudar de forma planejada e organizada, como um projeto. Escolha com carinho a sua área foco, para depois de aprovado não se frustrar.

Entenda as suas reprovações como ensinamentos para correção dos seus erros e seguir em frente. O psicológico é muito importante para o concurseiro, tendo em vista que não se passa em concurso de uma hora pra outra.

Quem quiser acessar o meu depoimento no fórum concurseiros para conhecer a minha história por completo até a aprovação na CGU, o link é:

DL – Suas palavras finais e agradecimentos.

Wallace, obrigado pela oportunidade de conhecê-lo, pois antes de ser aprovado na CGU eu li várias vezes o seu depoimento e seus textos como fonte de dicas e de motivação. É um prazer agora ser seu colega de trabalho na CGU.

Por fim, agradeço a entrevista, espero que com ela eu possa ajudar os demais colegas concurseiros que ainda estão na luta.

DL – Alan, você disse que meu depoimento de aprovação na CGU o inspirou (Obrigado!). Então, você acredita que um depoimento pode motivar e ajudar um concurseiro iniciante? De que forma?

Com certeza. Pode motivar tanto concurseiros iniciantes quanto os mais experientes. Pode auxiliar na técnica de estudo, dicas, e também na parte psicológica, emocional. Pra mim, os depoimentos dos aprovados são muito importantes. Por isso decidi escrever um depoimento, foi uma maneira de retribuir aos colegas que já postaram depoimentos e também passar algo para aqueles que estão em busca da aprovação.

Alan Campos de Souza

Agradeço ao colega Alan pelo tempo, respostas e disposição em nos atender. Valeu Alan! Deus continue abençoando sua vida pessoal e profissional.

Caso tenha interesse, veja as outras entrevistas com TonySJR e Dr. Lecter. Para um artigo sobre concursos, clique aqui. Para ler dicas grátis para estudos, clique aqui.

 

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Wallace

Just another little servant of the Lord Jesus Christ. Apenas mais um pequeno servo do Senhor Jesus Cristo. Editor do blog Desafiando Limites (https://wallysou.com). Crítico do cristianismo evangélico da prosperidade e pensador cristão amador.

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