Como trabalho em um órgão que combate a corrupção e vivo em um país onde a corrupção é endêmica, o grande mal disso tudo é saber e ver que a impunidade é o principal combustível que alimenta essa prática. As pessoas que vivem criticando a Bíblia por mostrar um Deus “carrasco”, na visão delas, geralmente (mas pode haver exceções) são pessoas impenitentes que querem viver desregradamente e um Deus punidor ou justiceiro (que faz justiça) as constrange e amedronta, logo, para elas, esse Deus (da Bíblia) não serve, mas sim o deus de Rob Bell.
Mas, para que essas pessoas possam ir se acostumando a um Deus bobalhão, que salva a todos, independentemente de arrependimento e conversão (mudança de vida), que tal se começarmos a pensar em um mundo sem punição? Acompanhe meu raciocínio:
- vamos abolir os presídios e liberar todos os criminosos, desde os “ladrões de galinha” até os mais perigosos, que tal? Bom, de certo modo, no Brasil só vão presos os “peixes pequenos” e os “tubarões” continuam livres para continuar suas práticas, o que vai mudar, então? E por que as pessoas ficam indignadas ao verem um bandido de fato ser considerado inocente de direito?
- vamos abolir os cartões amarelos e vermelhos nos jogos e competições, inclusive os tribunais desportivos (se é que servem pra alguma coisa… risos). Ou seja, o jogo vai ter juiz, mas ele não vai poder expulsar ninguém, nem repreender, nem dar cartão amarelo, azul ou roxo. Nem se o jogador quebrar a perna do companheiro do time adversário. Não seria demais?
- vamos abolir os guardas de trânsito e seus constrangedores blocos de multa, para evitar que eles fiquem pegando no pé de alguém que “furar” um sinal vermelho, atropelar um pedestre na faixa ou abalroar um motociclista e fugir sem prestar socorro. Ah, vamos abolir também a “lei seca”, aquela do bafômetro que só pega “pé-rapado” e libera juízes, mesmo que atropelem e arrastem o corpo por mais de 100 metros, e mesmo bêbado feito peru em véspera de natal, sai tranquilamente da delegacia. Tá com pena? Leva pra você.
- vamos abolir a punição nas escolas e, se seu filho for agredido, o agressor vai poder continuar estudando (?), intimidando e agredindo seu filho e seus coleguinhas sem nenhum constrangimento. O que você achou da idéia, fantástica não é?
- vamos abolir os tribunais, a começar pelos tribunais do trabalho, onde os trabalhadores explorados podem recorrer quando o patrão embolsa seus direitos, salários e ainda o manda embora “nu com a mão no bolso”, com 2 direitos – o de não reclamar e de não reclamar do direito que tem.
Você já foi injustiçado? Esqueça, se Deus é o deus bobalhão e politicamente correto de Rob Bell, você nunca vai ter justiça, nem aqui e muito menos no céu, porque justiça supõe castigo ao transgressor, e quem não se arrepende, essa palavra é heresia para ele.
Pois é, uma sociedade sem leis e regras não é viável, não para os mais fracos, mais pobres e para os injustiçados. Um deus assim é um deus inócuo e supérfluo, um deus que não tem razão de existir, um deus descartável, muito diferente do Deus da Bíblia, que afirma que “corrige e repreende àqueles a quem ama”, mas aos impenitentes condena.
Leia abaixo e veja se estou viajando na maionese ou tenho um mínimo de noção.
Um novo estudo, mostrando a relação intrínseca entre religião e moralidade, foi divulgado em abril mostrando que a maneira como vemos a Deus influencia nossa honestidade.
O estudo, intitulado Mean Gods Make Good People: Different Views of God Predict Cheating Behavior [Deuses maus geram pessoas boas: diferentes visões sobre Deus ajudam a prever comportamento e trapaças] foi publicado mês passado na Revista Internacional de Psicologia da Religião. O levantamento foi cooordenado pelo psicólogo americano Azim Shariff, da Universidade do Oregon, e a canadense Ara Norenzayan, da Universidade da Columbia Britânica, que já publicaram pesquisas semelhantes no passado.
“A questão mais importante do que acreditar ou não em Deus, é o tipo de deus que uma pessoa crê”, explica Azim Shariff.
Acreditar em Deus não impede as pessoas de trapacearem, a menos que ele seja visto como alguém capaz de punir. A pesquisa foi conduzida entre estudante universitários submetidos a um teste simples de matemática em um computador. Todos foram avisados que uma falha no sistema poderia mostrar as respostas na tela a menos que eles apertassem a barra de espaço antes. O computador calculava quanto tempo depois de ver a resposta na tela os alunos digitavam a ou a mudavam após saber o resultado esperado. Esses alunos foram entrevistados individualmente sobre suas crenças religiosas e, aqueles que criam, tiveram de explicar qual o seu conceito de Deus.
Os resultados demonstram que há uma relação entre a crença religiosa e a honestidade, mas não se trata de simplesmente afirmar que “os mais religiosos trapaceiam menos”.
“Na comparação entre crentes e descrentes, não encontramos nenhuma diferença significativa… Mas entre os que acreditam, a visão de um Deus irado e punitivo parece levá-los a um índice menor de trapaça. Por outro lado, os que crêem em um Deus que perdoa e conforta, tendem a trapacear mais. Esses efeitos permaneceram após termos feito o controle estatístico, retirando outras variáveis como raça e classe social”, explica Shariff.
Essa relação entre a visão de um Deus punitivo e o grau de honestidade não surpreendeu os pesquisadores, pois o resultado parece acompanhar a teoria conhecida como “a hipótese da punição supernatural”. A surpresa está no outro lado da questão.
“O aumento no nível de trapaça associado a ideia de um Deus amoroso surpreende, pois não tínhamos como prever que isto aconteceria. No entanto a pesquisa corroborou a descoberta de que um acreditar em um Deus que perdoa e é amoroso parece levar a um aumento nos níveis de trapaça”, afirmou Shariff.
O trabalho deve agora se expandir para outros tipos de comportamento moral. “Uma questão importante a ser investigada é se a diferença entre Deus punitivo e bondoso se estende para outros tipos de comportamento moral como caridade e generosidade ou se é específico para o caso da trapaça. É bem possível que um Deus punitivo seja efetivo apenas para impedir as pessoas de fazer coisas ruins […]. Nos outros casos (generosidade e caridade) é possível que um Deus bondoso tenha um efeito positivo pois pode servir de exemplo de benevolência e estimular as pessoas a copiá-lo”, afirmou Shariff. E completou: “O fato é que, neste momento, não temos esta resposta, mas esperamos descobri-la”
Shariff acredita ainda que tem havido um onda recente de pesquisas acadêmicas sobre o comportamento relacionado a religião, especialmente desde os ataques de 11 de setembro, e à luz do conflito “evolução versus criacionismo”.
“É importante estudar a ciência nesses debates. Ele fornece uma ferramenta poderosa para estudar a religião, que é uma força poderosa no mundo”, disse Shariff. ”O melhor da psicologia é visto quando se estuda as coisas pelas quais as pessoas são apaixonadas”.
Por exemplo, o Fórum Pew sobre Religião e Política Pública foi lançado em 2001 para atender a necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos da religião na sociedade. Só a conceituada Universidade Baylor, do Texas, hoje tem seis professores especializados em sociologia da religião e um programa de doutorado nesta área.
Um livro lançado no final do ano passado pelos sociólogos Paul Froese e Christopher Bader, America’s Four Gods — What We Say About God and What That Says About Us [Os quatro deuses da América – O que podemos dizer sobre Deus e que isso diz sobre nós], analisa como os diversos conceitos de Deus afetam a nossa visão de mundo. O livro foi baseado em diferentes pesquisas com mais de 4.000 pessoas.
Os autores constataram que 95% das pessoas entrevistadas acreditam em Deus, mas têm visões muito diferentes sobre como ele seria. Cerca de 30% acreditam em um Deus “autoritário” (que se envolve com o mundo e julga). Perto de 24% acreditam em um Deus “benevolente” (que se envolve com o mundo mas não o julga). Quase o mesmo percentual acredita em um Deus “distante” (que não julga nem se envolve com o mundo). Cerca de 16% acreditam em um Deus “crítico” (que julga, mas não se envolve) na vida diária das pessoas. Apenas 5% responderam que não acreditam em Deus.
Para Frose, a moralidade já é um termo difícil de ser definido, por isso os sociólogos preferem usar “normas de comportamento.” A trapaça pode não pode ser vista como algo ruim em certos grupos, e mesmo o conceito de Deus evoca uma imagem diferente, para grupos distintos de pessoas.
O sociólogo da Universidade Baylor explica que, entre 1950 e 1990, os pesquisadores acreditavam religião estava morrendo e perderam o interesse pelo tema. Mas ultimamente isso mudou. Ele compartilha da posição de Shariff: há espaço para mais investigações acadêmicas imparciais sobre a ligação entre religião e comportamento.
Fonte: Agência Pavanews.
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