Todos os anos seus pais iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando ele completou doze anos de idade, eles subiram à festa, conforme o costume. Terminada a festa, voltando seus pais para casa, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles percebessem. Pensando que ele estava entre os companheiros de viagem, caminharam o dia todo. Então começaram a procurá-lo entre os seus parentes e conhecidos. Não o encontrando, voltaram a Jerusalém para procurá-lo. Depois de três dias o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos os que o ouviam ficavam maravilhados com o seu entendimento e com as suas respostas. Quando seus pais o viram, ficaram perplexos. Sua mãe lhe disse: “Filho, por que você nos fez isto? Seu pai e eu estávamos aflitos, à sua procura”. Ele perguntou: “Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai? ” Mas eles não compreenderam o que lhes dizia. Então foi com eles para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, guardava todas essas coisas em seu coração. Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.
Hoje em dia, ser adolescente ou ter um adolescente em casa não uma das coisas mais fáceis do mundo. Essa geração orkut/msn/facebook/youtube atual deixa muito a desejar em termos de análise crítica para evitar cair nas armadilhas que o mundo coloca diante delas. Os desafios para o adolescente cristão, hoje, são variados e vorazes, colocando à prova desde cedo sua fé incipiente e, muitas vezes, vacilante.
Mas, o adolescente Jesus, lá no distante séc. I de nossa era, a qual Ele mesmo deu início, tem interessantes lições a ensinar aos adolescentes do séc. XXI, 2.000 anos depois. Lições de comportamento, crítica, opinião, obediência e outras mais. Vamos estudá-las?
A primeira coisa que devemos ter em mente é que o aprendizado é algo contínuo e constante, e quem pára de aprender, parou no tempo e no espaço, estando mais próximo de uma cova intelectual do que de qualquer outra coisa. Quanto a isso, o salmista se expressava dizendo “quanto amo a tua lei, é o meu deleite todo dia”. E o Senhor alertou Josué, dizendo que ele não cessasse de meditar em Sua Palavra. Mas, como é difícil, no meio de tantas coisas que tentar angariar um pouco de nossa atenção, reservar um tempo de leitura e meditação na Bíblia, não é verdade?
Lições do Mestre
1. Quando o tempo chega, não dá mais pra se esconder
Durante um certo tempo de sua vida, Jesus andou se escondendo de um lugar a outro, mas quando chegou o momento de se mostrar ao mundo, Ele não hesitou. Isso deve servir de exemplo para muitos de nós que, por algum motivo, precisamos ficar algum tempo “reservados” e isso acaba nos acomodando e alimentando um medo irracional da exposição. Mas, Jesus, ainda criança, não teve receios em “dar a cara a tapa”.
Outra coisa, quando o tempo chega, as coisas de criança devem ser deixadas de lado e para trás, para que as coisas sérias e necessárias tomem seu lugar. Paulo dizia que o tempo de ser menino era necessário, mas limitado e definido, e o menino judeu alcançava a maioridade justamente após completar 12 anos de idade, aproximadamente. Após essa cerimônia, o tempo de menino ficava no passado, e suas responsabilidades como homem iniciavam-se, tendo que assumir publicamente essa nova condição.
E você, anda se escondendo e precisa reconhecer que já chegou o tempo de se mostrar ao mundo?
2. Devemos valorizar e aproveitar as oportunidades de estar na presença de Deus
A cidade de Jerusalém era conhecida, após sua conquista por Davi (antes se chamava Jebus), como a cidade escolhida por Deus para ser o centro de adoração ao Senhor. Observo que os adolescentes, de modo geral, não primam por quererem estar na casa de Deus, a igreja. Arrumam as desculpas mais esdrúxulas (às vezes, até eu também, confesso…) para trocar a presença de Deus por coisas vãs. Todavia, o exemplo de Jesus menino é claro: Ele preferiu ficar na presença do Pai.
Sabe, escolher ficar na presença de Deus é algo que pode trazer consequências constrangedoras e desagradáveis: podemos ter de enfrentar a solidão, sermos abandonados ou ter de abrir mão da presença de entes queridos, indo ou ficando em lugares onde falta o apoio e temos de encarar o fato de que a dependência de Deus se torna obrigatória e necessária, e é um desafio enorme para quem não aprendeu a andar por suas próprias pernas e precisa desbravar novas terras.
3. Quer aprender? Fique aos pés de quem sabe, dos mestres
Jesus era mestre (rabi), e aprendeu a ser mestre com quem? Com os mestres de sua época. Aqui no Brasil vemos, muitas vezes, a profissão de professor ser desvalorizada e a vocação ridicularizada. Esses dias mesmo vi uma reportagem que falava justamente disso, o descaso do país para com a educação, e fico a me perguntar quem ganha com isso, quem ganha com esse prejuízo nacional. Agora pergunto a você: e o que seria de nós se não fossem nossos mestres? O que seria dos grandes profissionais se não fossem aqueles que os instruíram?
A desvalorização do professor é um tiro no futuro, e quem o faz ou é por ignorância, sem saber o prejuízo que o aguarda, ou porque sabe exatamente o que está fazendo e o que vai ganhar com a perda da comunidade e da sociedade como um todo. Precisamos resgatar a valorização de nossos mestres, e ensinar isso à geração de jovens e adolescentes para que esses não venham a sofrer por falta de oportunidades e de capacitação. O exemplo de Jesus, de estar aos pés dos mestres, deve ser encarado com seriedade e admiração: Aquele que nasceu para ser Mestre por excelência estava, humildemente, ouvindo lições de homens falíveis.
Precisamos entender isso: um mau aluno jamais será um bom mestre, um péssimo servo não será, nunca, um bom senhor. E nossos jovens precisam saber e entender essa verdade, que seu futuro depende de investirem no aprendizado e na valorização de quem os ensina. E, talvez, essa triste realidade vivida no Brasil gere uma saída criativa: professores vocacionados, já estabelecidos financeiramente, podem dedicar-se a ensinar aquilo que sabem de forma gratuita (ou quase), como é o caso do professor João Antonio, do Be a Byte (recomendo).
4. Desenvolva senso crítico e saiba ouvir e perguntar
O texto diz que o menino Jesus “ouvia e peguntava”, ou seja, recebia a informação, assimilava, compreendia e formulava seu entendimento a partir do que já sabia de antemão, do que já havia aprendido anteriormente, das experiências que havia tido e da compreensão do que havia sido dito pelos rabis, e respondia de acordo.
Eu sou professor na Escola Dominical, e já ministrei várias aulas para jovens e adolescentes e sei que são um público diferenciado. Quando eles gostam, gostam, mas quando desgostam… deixa pra lá. Mas, o que me chama a atenção neles é que, principalmente os adolescentes, eles são muito questionadores e querem entender o porquê de tudo, se possível. É como se fossem uma esponja ávida por absorver todo o líquido ao redor, ignorando suas limitações de espaço e tempo. Mas, é muito gratificante você repassar seus conhecimentos, experiências e sentimentos a eles, pois elem sabem como valorizar isso.
Hoje, saber ouvir e responder é, talvez, um dos maiores desafios que o jovem cristão enfrenta, e o comportamento que ele deve assumir diante disso cabe a nós ensiná-lo e instruí-lo. Se você tem o desejo de se dedicar a ensinar para transformar vidas, há 2 livros que considero essenciais para auxiliá-lo nessa tarefa, quais sejam:
Um foi professor do outro, pode comprar sem medo de se tornar um bom mestre.
5. Saiba responder sem causar escândalo
O texto diz de forma bem clara que as resposta de Jesus deixaram os mestres (rabis) do templo abismados. Levando em conta que eles devem ter perguntado de onde ele era, a admiração deve ter assumido outras proporções. Seria mais ou menos como um rapazote lá do interiorrrrrr chegar na capital e a-r-r-a-s-a-r na aula… risos
Agora, se você pensar na conversa que um adolescente médio de hoje produz, mais ou menos “tipo assim“, “tá de zoeira“, “curti” e o famoso “kapoaskkaposakaspoakakospka” (não me pergunte, demorei horrores pra digitar isso), você acha mesmo que essas respostas iriam causar admiração em alguém? E onde está o erro dessa geração? Onde estão os exemplos de nossa geração de adolescentes? O que deve ser feito para reverter esse triste quadro, de modo que nossos adolescentes causem admiração com suas falas?
E você, que sugestões daria para mudar esse quadro?
6. Senso de identidade e da missão
Infelizmente, nossos adolescentes de hoje, em sua grande maioria, não têm a menor noção de identidade (quem são e porque são assim) e de missão (o que vieram fazer no mundo). Perguntar a um adolescente o que ele quer ser na vida é um exercício de frustração, porque ele vai dar respostas evasivas e inconclusivas. Se perguntar o que ele É (como se define), da frustração a sensação pode chegar à decepção. Duvida? Faça o teste, e boa sorte.
Mas, o menino judeu de 12 anos, há 2.000 anos, já sabia quem era (o Filho de Deus) e o que deveria fazer, porque havia vindo ao mundo (tratar dos “negócios” de Seu Pai). Lembrando que Jesus, apesar de ser 100% Deus, também era 100% homem (ou 100% adolescente… risos), ou seja, o adolescente de hoje tem plena capacidade de ser alguém consciente de sua missão de vida. A pergunta que deve ser feita não é “por que os adolescentes não sabem o que querem” mas sim “como despertar nos adolescentes a noção de significado e missão?“. Essa é a pergunta para a qual deve-se achar a resposta.
7. Saiba respeitar e obedecer a hierarquia
A última coisa do texto que nos chama a atenção é justamente aquela que não deveria: um adolescente obedecer a seus pais. Apesar de isso ter acontecido há 2.000 anos, não está fora de moda nem é antiquado. Se era possível a um adolescente obedecer a seus pais, em um país invadido, cercado de exércitos invasores, num ambiente altamente opressor e com a identidade nacional ameaçada, por que não seria possível hoje?
Conclusão
Se um adolescente seguir esses 7 passos, ele também ficará habilitado a, do mesmo modo que Jesus, a crescer “em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens”.
E você, o que acrescenta ou sugere para que os adolescentes de hoje atinjam seu pleno potencial, não apenas diante dos homens, mas também de Deus?
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