O que as recentes conquistas do Corinthians têm a nos ensinar
Antes de tudo, tenho que dizer duas coisas: a primeira é que tentarei escrever pouco. A segunda é que já fui, lá pela Era Plezozoróica – mais precisamente no século passado, também conhecido por século XX – torcedor do Corinthians. Naquele era época, eu era aborrescente pentelhoscente adolescente, quando morei na cidade de Campinas-SP (onde quase fui atropelado…) e, como todo bom (bom aqui é eufemismo, se é que você me entende… risos) adolescente, eu tinha que torcer para algum time. Meu pai, coitado!, era torcedor da Ponte Preta e, quando o time dele perdia, ele ficava com a macaca! (se não entendeu a piada, pergunte… risos)
Mas, eu cresci, e Deus me libertou desse cativeiro. Hoje, não torço pra time algum – e não, não fiquei com trauma – mas gosto de zoar com os torcedores de alguns times (Vasco e Flamengo, em especial, os dois times que meus irmãos torcem). Todavia, o recente triunfo do Corinthians, que quase levou minha sobrinha ao delírio (ou aumentou o grau de loucura dela, quem sabe o mais provável) nos ensina algumas valiosas e interessantes lições.
Então, sem mais delongas, vamos a elas:
1ª. Lição: Nossas derrotas podem ser positivas, se soubermos entendê-las
Para quem não se lembra, faz pouco tempo que o Corinthians caiu pra Segundona foi rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. Aquele foi um tiste fim na comemoração do Centenário para a Fiel. O time vinha de uma desastrosa (des)administração fora de campo que afetou seriamente o desempenho do selecionado dentro dele. A queda foi a gota-d’água para que mudanças tivessem início, na tentativa de tirar o Timão da Segundona do buraco em que ele havia caído.
Aquela derrota praticamente sacramentou uma nova vida para a equipe, com reestruturações que não tardaram a surtir efeito. De fato, logo após aquela dolorosa e pedagógica derrota, o Timão encontrou seu rumo nas mãos do competente técnico Mano Menezes, embora este não tenha repetido a receita de sucesso à frente da seleção canarinho. Parece que o Mano só conseguiu dar rumo certo como timoneiro do Timão, ao passo que ficou perdido na direção da Seleção, saindo pela porta dos fundos, como se fosse um mané… #vai_entender
O acesso à Série A do Campeonato Brasileiro mostrou aos fanáticos torcedores corinthianos – que não arredaram o pé da torcida: meus amigos Elliton e Teka que o digam – que a confiança depositada não foi em vão. O mundo ainda estava por ver até onde poderia chegar aquele time que recentemente tinha sido motivo de chacota, começando no Oiapoque e terminando no Chuí.
E tudo isso foi possível porque as pessoas certas pararam para analisar e entender o que uma derrota teria a lhes ensinar. Talvez esse esteja sendo o seu caso: derrotado, desanimado e sentindo-se um perdedor. As recentes vitórias do Corinthians nos mostram e provam que uma derrota não significa, necessariamente, o fim da linha. Quer um conselho? Levante, sacuda a poeira, analise onde foi que errou, corrija seus equívocos e dê a volta por cima.
Afinal, se até o Corinthians – depois de 100 anos – conseguiu ganhar a Libertadores, por que você não pode ser, também, um vencedor, não é mesmo?
Faça como fez o Corinthians: tente até conseguir!
2ª. Lição: O desprezo e a indiferença não duram para sempre
As duas conquistas mais desejadas e comemoradas do Corinthians foram a da Libertadores da América e a de domingo, Campeão Mundial bem debaixo do nariz dos ingleses (risos). Mas, não se esqueça que, antes de ser campeão das Américas e, por fim, do Mundo (#2012 feelings: favor não deduzir que, agora que o Coringão ganhou tudo, o mundo pode acabar… por favor né!), o bravo time de Parque São Jorge teve que enfrentar o calvário da segunda divisão (Série B).
É sempre assim: sem calvário não tem Pentecostes. Não existe Páscoa sem Paixão. Hoje pode ser sexta-feira, mas tenha calma porque o Domingo vem aí.
O grande herói do time paulista atende pelo nome de Cássio Ramos, um genuíno – vejam vocês – gaúcho! Cássio, do alto de seus quase 2m, agigantou-se na final contra o Chelsea, deixando pequena a meta alvinegra para os endiabrados atacantes rubros. Uns o chamaram de paredão, pois ele “fechou o gol” corinthiano para os jogadores do rival inglês. Vendo, depois as imagens do jogo, suas defesas “milagrosas” foram as que mais chamaram a atenção. E, julgo eu, não seria exagero dizer que ele não deixaria passar nem bolinha de gude que saísse dos pés ingleses que, no fim das contas, acabaram trocando os pés pelas mãos mesmo, certo? risos
Mas, e antes da consagração, onde estava o agora famoso Cássio? Esquecido durante uns bons anos no banco reserva de um time… europeu! Sim, ele jogou – na verdade, esquentou banco, para ser mais preciso – na Europa. E jogar, jogar mesmo, só jogou quando foi emprestado, porque os donos de seu passe não achavam que ele valia o que seu tamanho sugeria: o gigante que foi debaixo da meta corinthiana. Mas, ele continuou trabalhando duro para se tornar, no futuro, aquilo que sempre foi: um vencedor. Claro, afinal quem consegue suportar uma amarga reserva por tanto tempo sem desistir? Mas, quando teve a chance, Cássio não a desperdiçou e jogou pra escanteio todo aquele tempo em que foi deixado de lado… escanteado na Europa.
Aqui fica a dica: enquanto você estiver esquentando o banco, trabalhe para aproveitar ao máximo a oportunidade quando ela surgir, porque ela vai surgir sim, e talvez quando você menos espera! Houve um tempo de minha vida em que amarguei um prolongado período de derrotas, desânimos e frustrações, até o ponto em que pensei em desistir. Mas, Deus falou comigo e me fez ver que era preciso insistir um pouco mais, mesmo quando tudo parecia dar errado.
Insista, porque como dizia o sábio filósofo corinthiano chamado Vicente Matheus, o jogo só termina quando acaba! #RISOS e mais RISOS
3ª. Lição: Ninguém é campeão sozinho – Aprenda a arte da camaradagem
Ao estudar para concursos, aprendi que uma aprovação vem, geralmente, depois de muitas reprovações. E aprendi também que uma aprovação – às vezes – é construída a quatro mãos. E foi o meu caso. Na verdade, para ser sincero, minhas aprovações foram construídas a várias mãos (uma dúzia ou mais para ser impreciso…) e seria até injusto de minha parte citar alguns nomes (mesmo porque não me lembro de todos, claro… é a idade… risos).
Uma das maiores lições de vida que podemos – e devemos! – aprender é esta:
sermos humildes para aceitar ajuda quando precisarmos e sermos generosos para oferecer ajuda quando for preciso.
Praticamente toda a imprensa especializada (ok, exagerei) e a torcida do Flamengo (menos a do Corinthians, claro) duvidava que o campeão das Américas botaria as mãos na Taça do Mundo de 2012. Enquetes em grandes portais davam conta de que 75% dos respondentes apostavam suas fichas no Chelsea. E, convenhamos: o time inglês era um timaço, ao menos em questão de salários e fama. Chegou-se a dizer que apenas o salário de um dos principais jogadores do time bretão seria suficiente para pagar toda a folha do Timão. Mas, o que se viu em campo é que, mais uma vez, o pequenino Davi derrotou o gigante Golias e deixou os ingleses a ver navios taças… risos
Se sobravam estrelas no time do Reino Unido, o mesmo não se via no time de Parque São Jorge. Pelo contrário: o time jogou como se fosse uma única estrela, e seu maior mérito estava justamente no conjunto, no todo e não em indivíduos isolados, embora seja injusto não reconhecer que a estrela do goleiro Cássio ofuscou os atacantes europeus.
Outro grande lance dos jogadores liderados pelo técnico Tite foi o fato de eles não se deixarem intimidar ao jogarem com um time – teoricamente – mais forte e mais bem estruturado. Não senhores, se existe uma grande lição que o Corinthians nos ensina é: a união faz açúcar a força e o conjunto deve valer mais do que a simples soma dos valores individuais.
Em suma: não seja orgulhoso recusando auxílio na dificuldade e nem egoísta negando ajuda aos necessitados. E, claro, saiba trabalhar em equipe, porque é quando a equipe vence que todos ganham. #capitão_óbvio
Conclusão
A derrota de outrora pode até manchar nossa história (ainda mais se ela estiver sendo escrita há, pelo menos, 100 anos. A minha ainda não tem nem metade disso, mas está beirando (risos). Entretanto, se soubermos entender o momento e – principalmente – os MOTIVOS da derrota, poderemos transformar essa queda em um novo patamar que nos levará a alcançar resultados jamais alcançados antes e que poucos acreditavam que conseguiríamos.
Infelizmente, parece ser uma regra no esporte tupininquim: quando se espera muito de nossos esportistas, eles nos decepcionam com pouco. Mas, se pouco esperamos deles, eles nos brindam com muito – às vezes além do que imaginávamos ou pedíamos.
Vimos isso recentemente nas Olímpiadas, onde fomos surpreendidos por quem nem sabíamos quem eram (vide a pequena notável Sarah Menezes e o surpreendente Arthur Zanetti), e decepcionados por aqueles de quem esperávamos expressivos resultados, como o futebol masculino e feminino, por exemplo.
Nas Copas, a história se repete. Quem consegue esquecer a dolorosa derrota para a Azurra em 1982? Vejam que ironia: a que foi considerada a melhor seleção brasileira de todos os tempos nos trouxe uma das maiores decepções da história, apenas menor – talvez – do que a perda do título de 1950, para o Uruguai, diante de um Maracanã lotado e estupefato.
Mas, assim como a derrota do passado não é sinônimo de perda permanente, as conquistas do presente também não são garantias de que o sucesso é garantido, no futuro. A vitória após a derrota se deu à custa de muito esforço, renúncia e trabalho pesado feitos, na grande maioria das vezes, longe dos holofotes. Se a sede pelas luzes da ribalta ofuscar o brilho do suor derramado, a grande lição aprendida será esquecida e, provavelmente, a derrota novamente repetida.
Quem diria – que ironia! – que a melhor coisa que poderia ter acontecido com o Corinthians não tenha sido a conquista de um grande título, e sim a pretérita queda para a segunda divisão do campeonato. Quem diria que ser relegado a segundo plano poderia abrir caminho para conquistas nunca antes na história desse time?
Que as lições do Corinthians não nos passem despercebidas e nem lhe sejam esquecidas, para o bem tanto deles como nosso, ou seja, de todos os que querem sentir novamente o sabor da vitória, mesmo depois de uma amarga derrota, sejam eles alviverdes, alvinegros, rubros, seja que cor forem.
Que o Senhor abençoe grandemente a sua vida.
ps. seria pedir muito seu comentário ou avaliação? você pode avaliar nas estrelas, no gostei (desculpem, torcedores de outros times: não existe o botão desgostei… risos), no curti, no +1. São tantas emoções (ops!) opções… e compartilhe com seus amigos corinthianos também, esse simples e humilde texto de um… ex-corinthiano!
:-D
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Blog Comments
9 lições que as derrotas da seleção brasileira têm a ensinar ao povo brasileiro - Desafiando Limites e Vencendo Barreiras at Desafiando Limites e Vencendo Barreiras
15 de julho de 2014 at 00:36
[…] dezembro de 2012, eu falei sobre o que as recentes conquistas do Corinthians poderiam nos ensinar, onde fiz uma reflexão sobre os altos e baixos daquele time que, um dia, já ocupou espaço em meu […]
Please Brazil, LOSE the 2014 World Cup! I'm serious. - Desafiando Limites e Vencendo Barreiras at Desafiando Limites e Vencendo Barreiras
16 de abril de 2014 at 00:10
[…] I am not totally against football or sport itself. I even recognized and am exited about Corinthians’ victory at Libertadores (Liberators Cup). But, what am I against then? I am against the fanaticism, against the manipulation, and against […]
Por favor Brasil, PERCA a Copa do Mundo 2014! Estou falando sério. - Desafiando Limites e Vencendo Barreiras at Desafiando Limites e Vencendo Barreiras
29 de outubro de 2013 at 00:03
[…] bem, eu não sou totalmente contra o futebol ou esporte em si. Eu até reconheci e exaltei a conquista do Corinthians na Libertadores. Mas, eu sou contra o que então? Sou contra o fanatismo, contra a manipulação e contra a […]
Vitor
31 de dezembro de 2012 at 21:43
Não quero ser como o Corinthians não… não gostei… hehe
blog Desafiando Limites
2 de janeiro de 2013 at 09:03
vlw Vitor, pelo comentário.
=)
abs,
Gesiel Costa
21 de dezembro de 2012 at 10:16
Olá!
Muito bom o texto. Se a inspiração vier, sugiro o seguinte tema: O que as
recentes derrotas do Palmeiras têm a nos ensinar?
Prof. José Luis
21 de dezembro de 2012 at 10:15
Rsrsrsrsrs
Se fosse o Flamengo, Palmeiras ou o São Paulo será que a inspiração seria a mesma ex-corinthiano??? kkkkk
Um abraço…
Um feliz 2013 abençoado para todos!
José San Martín
19 de dezembro de 2012 at 08:16
Muito bom Wally, esta inspiração para escrever (quem escreve sabe como é bom, hehe)
Meu 'umirde' comentário:
Seja o Corinthians, seja o Lula e tantos outros exemplos de perseverança, como cristãos devemos lutar sempre para melhorar, conquistar algo que parece um prê,io impossível e distante tendo em primeiro plano sempre a vida espiritual. Sabendo que depois "essas coisas" acontecerão de acordo com o Divino Propósito em nossas vidas.
Abração
José San Martín
My recent post A oração como escudo aos filhos
Salatiel
19 de dezembro de 2012 at 06:56
Muito bom artigo Wallace. Parabéns!
Não sou corintiano, mas achei bem interessante a forma como vc abordou, o paralelo que fez com as situações pessoais.
Escreve muito bem.
Abraço!
Mateus
18 de dezembro de 2012 at 10:25
Muito bom a avaliação! Sou corinthiano e achei muito boa as colocações do nosso irmão Wallace. Lembrei de quando estive um tempo "largado na igreja", pois meu ministério de Musica havia sido enterrado por homens, e no meu coração havia uma vontade de voltar a tocar para Deus e um dia o Senhor me deu a oportunidade e eu disse SIM Eis me aqui, e não desperdicei fiz a diferença e hoje tenho começado a ser chamado para tocar em algumas igrejas e ministrar louvores. Fica a lição quando tivermos oportunidades que possamos fazer nosso melhor e não desistir daquilo que Deus tem para nossas vidas, como foi com Goleiro Cassio!
wallysou
18 de dezembro de 2012 at 10:36
obg, Mateus, pelo comentário e pela experiência q vc contou.
abs,