Fugindo do Inferno Para Encontrar o Paraíso – Uma História Real

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Fugindo do Inferno Para Encontrar o Paraíso – Uma História Real

never give up

*Por Antonio Cabrera

  “Ainda que desçam ao mais profundo abismo, a minha mão os tirará de lá.” – Am 9:2

No final do ano passado eu e toda a minha família  fomos visitar os missionários de nossa igreja na Tailândia.

Como já estava na Terra dos Livres, tomei a liberdade de conhecer Kanchanaburi, um local que ficou famoso pela empreitada dos japoneses durante a II Guerra Mundial na construção da Ferrovia da Morte, ligando Ban Pong da Tailândia à  Thanbyuzayat, antiga Burma e hoje Myanmar.

Você já deve ter assistido o filme  A Ponte do Rio Kwai, ganhador de sete Oscars.

O filme é um romance da construção de mais de 500 km desta ferrovia, na qual foram usados mais de 61 mil prisioneiros de guerra e mais de 250 mil trabalhadores escravos asiáticos e onde foram mantidas algumas das piores condições conhecidas na guerra.

Lá ouvimos que milhares de trabalhadores perderam as suas vidas e que uma vida foi ceifada para cada dormente instalado na estrada.

Mas o que eu queria contar aos meus filhos era a história de Ernest Gordon, um jovem impaciente, bon vivant e velejador da Escócia que serviu como comandante do Segundo Batalhão do Argyll and Sutherland Highlanders, que foram feitos prisioneiros pelos japoneses na Batalha de Singapura.

Ernest conta a sua sofrida história através do livro  Through the Valley of the Kwai  detalhando como encontrou a sua fé religiosa na miséria, crueldade e morte de um campo japonês de prisioneiros de guerra ao longo do Rio Kwai.

O livro descreve que a ração diária típica de um prisioneiro era um mísero pedaço de arroz para uma jornada de trabalho do amanhecer ao anoitecer sob um sol escaldante e chuvas torrenciais.

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Espancamentos eram rotinas e aqueles a quem os guardas japoneses consideravam preguiçosos,  eram espancados ou jogados em gaiolas, se fossem afortunados. Os azarados morriam de fome, baioneta ou decapitados.

“Fomos tratados pior do que animais,” disse ele anos mais tarde.

Logo no início, os japoneses frustraram uma tentativa de fuga por um soldado australiano.  Deste episódio, os japoneses  fizeram um espetáculo público, condenando-o à morte.

Quando ele foi conduzido perante um oficial japonês para a decapitação, o soldado parecia não ter medo, estando mesmo alegre.
Ele solicitou ler brevemente um trecho da Bíblia e disse:

”Animem-se,’‘  vendo a angústia nos rostos de seus companheiros. ”Não é tão ruim assim. Eu vou ficar bem.”

Em seguida, ele se ajoelhou, descobriu o pescoço, e a espada samurai brilhou no sol.

Gordon ficou impressionado com a cena.  Como podia em um local onde dezenas de homens morriam a cada dia, alguém aceitar a morte daquela maneira.  Ele afirmou mais tarde que o ódio que cultivava no coração era a única motivação para manter-se vivo.

”Nós  odiávamos os japoneses e estaríamos dispostos a tê-los matado, rasgando-os, se tivessem caído em nossas mãos.”

Mas estes pequenos atos, como do soldado australiano não tocaram apenas Ernest. Aconteceram outros episódios de grande sacrifício que começaram a brilhar através da escuridão.

Uma vez, depois de um trabalho de rotina, um guarda japonês acreditou que uma pá tinha desaparecido. Ele avisou o comandante do campo, que disse aos prisioneiros que se o culpado não se apresentasse, todos os outros seriam fuzilados.

Um soldado adiantou-se e pôs-se em posição de atenção. Ele foi espancado até a morte pelo guarda. Mais tarde foi descoberto que não faltava nenhuma pá, mas que foi apenas uma contagem equivocada do estoque feito pelo guarda.

Como a doença estava em toda parte, com surtos de difteria, malária, febre tifoide, disenteria, vermes intestinais, o  Capitão Gordon também adoeceu e emagreceu fortemente, ficando com a sua estrutura física em pele e ossos.

Dado como morto, quando ia sendo deixado na vala dos mortos, na saída um jovem prisioneiro, metodista e um simples jardineiro de  Newcastle chamado “Dusty Miller”, descobriu que Gordon ainda respirava.

A partir daquele momento Gordon ficou sabendo posteriormente que ele foi atendido 24 horas por Miller e outros prisioneiros. Eles ferviam trapos,  que depois de limpos, massageavam as pernas doentes de Ernest todos os dias.

Quando uma chuva inundou o acampamento, seus companheiros o arrastaram para um lugar mais alto e seco, mas a única lembrança que Gordon teve foi de sentir o fedor da morte ao redor.

Além disto, ficou sabendo que seus amigos doavam parte de sua ração para ele e que outro prisioneiro barganhou um relógio em troca de remédios para a sua cura. Para grande surpresa de todos Gordon sobreviveu.

A partir deste ponto, Gordon afirmou que era um agnóstico, mas começou a ficar impressionado com a fé que ele viu no trabalho na vida de Miller.

Encontrou aí um exemplo de verdadeira fé cristã. Ficou cativado com a simplicidade desta fé em face do tratamento severo que os prisioneiros recebiam das mãos de seus captores.

Miller foi um dos que nunca perdeu esta fé e nunca recebeu com raiva o tratamento violento que os japoneses lhe davam.  Isto irradiava por todo o campo e aquecia o coração de todos, como relatado nos dois atos anteriores.

Este encontro com um amor e fé sacrificial deram a Gordon uma nova esperança e um novo senso de propósito para a sua vida.  Isto o convenceu da nobreza básica da humanidade.

Como agricultor que sou, procurei transmitir esta história aos meus filhos entendendo que a aflição é o arado que Deus revolve e lavra as profundidades da alma para que logo adiante se produza uma colheita mais abundante.

Foi assim com Gordon.

No final da guerra, com o bombardeio dos aliados, os prisioneiros foram removidos para locais diferentes.  No caminho, passaram por um grupo de soldados japoneses que tinham sido gravemente feridos.

Vendo seu sofrimento, depois do exemplo deixado por Miller, em uma atitude impensável antes, o capitão Gordon chama os seus homens e tratam aqueles soldados inimigos.
Como explicar isto?

Após a libertação e final da guerra, Gordon retornou e procurou notícias de seus amigos, mas descobriu que duas semanas antes do fim da guerra Miller tinha sido crucificado por um oficial japonês que ficava  frustrado com o senso de calma e compaixão cristã de Miller em face das dificuldades.

Neste momento, Gordon se lembrou do versículo repetido constantemente por Miller:

“Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.” Jo 12:24

Os frutos foram vigorosos.  A colheita, extremamente farta. Várias daqueles homens voltaram para suas casas como pastores ou verdadeiros servos de Deus.

Ernest Gordon se tornou depois pastor presbiteriano e um dos mais respeitáveis Reitor da Universidade de Princeton. Mais tarde assumiu a presidência do CREED (Christian Rescue Effort for the Emancipation of Dissidents), trabalhando principalmente para a libertação de dissidentes do bloco soviético, ajudando centenas de pessoas a saírem da prisão em países do Leste.

Viajou pelo mundo contando seu testemunho cristão como professor da International Christian University, em Tóquio e abriu a Moscow State University.

Além do livro, a sua vida foi contada no filme A Última das Guerras. Terminou seus dias relembrando que naquele inferno ele encontrou sua salvação.

A fé prospera quando não há esperança, mas existe Deus. É o luxo e o sucesso que faz os homens se afastarem de Deus, disse ele.

*Texto enviado via email.

 

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Wallace

Just another little servant of the Lord Jesus Christ. Apenas mais um pequeno servo do Senhor Jesus Cristo. Editor do blog Desafiando Limites (https://wallysou.com). Crítico do cristianismo evangélico da prosperidade e pensador cristão amador.

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