Silas Malafaia não vota mais em Marina. E daí?

falar bem não é garantia de falar certo

O pr. Silas Malafaia havia se posicionado a favor de Marina Silva como sua candidata a presidente do Brasil, mas mudou de posição e reformou seu voto para José Serra. Eis seus motivos:

Após apoiar candidatura de Marina Silva à presidência da República, o pastor Silas Malafaia fica indignado com afirmações da candidata e muda sua opção de voto. “NÃO VOTO MAIS EM MARINA”, comunica. Abaixo, ele divulga o motivo de sua decisão.“Pior do que o ímpio é um cristão que dissimula. Eu queria entender como uma pessoa que se diz cristã, membro da Assembleia de Deus, afirma que se for eleita presidente do Brasil vai convocar um plebiscito para que o povo decida se aprova ou não o aborto, ou se aprova ou não o uso da maconha.

Marina precisa aprender com a ex-senadora Heloísa Helena, católica praticante e pertencente a um partido ultrarradical. Heloísa Helena declarou peremptoriamente: “Sou contra o aborto!” Na audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, deu um verdadeiro show, não apenas à luz de questões religiosas, como também científicas. Ela mostrou a desgraça, a mazela, e uma das coisas que mais aborrecem a Deus: a força dos poderosos contra os indefesos.

Ao propor plebiscito, Marina está “jogando para a torcida”, para ficar bem com os que são contra e com os que são a favor. SAI DE CIMA DO MURO, MINHA IRMÃ! QUE PLEBISCITO COISA NENHUMA! O povo brasileiro não tem todas as informações necessárias para decidir esta questão de maneira isenta. Temos toda a mídia a favor dessa nojeira do aborto. Com certeza vão jogar pesado para influenciar.

Cultivar uma vida cristã significa ser radical. Radical contra o pecado, contra esse sistema mundano dirigido pelo diabo. Como diz a Bíblia, não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento (Romanos 12.2).

A palavra de Marina como cristã teria de ser apenas isto: “Sou contra o aborto e a legalização da maconha”. Como faltaram convicção e firmeza em suas declarações, uma vez que o cristão tem de “mostrar a cara” posicionando-se de forma categórica contra o pecado, Marina perdeu meu voto. Já que não tenho tantas opções, votarei em Serra para presidente.

Infelizmente, Marina não nega suas raízes petistas.”

Pr. Silas Malafaia

Fonte: Portal Padom

Agora, aqui vão meus comentários, aguenta aí, pr. Silas!

Eu já gostei muito do pr. Silas, muito mesmo. Já vendi livros, cd’s e dvd’s dele, já contribuí com seu programa e fui seu defensor em várias oportunidades em que presenciei seu nome ser espinafrado, em minha opinião, à época, sem justa razão. Ou seja, não discordo dele por discordar ou por ter birra dele, de forma alguma.

Aliás, não foi sem dor e tristeza que escrevi Que saudade do Pr. Silas Malafaia de antigamente…

Logo, posso ter a ousadia de me considerar apto a fazer um julgamento de suas posições, pois quando ele acerta eu também o apóio: Pr Silas Malafaia: Alerta ao povo evangélico Brasileiro

Bem, vamos às críticas.

Eu até pensava como o pr. Silas, que a Marina deveria mesmo era rasgar o verbo e se posicionar de forma firme e contundente sobre essas questões que ela, pessoalmente, já se pronunciou desfavoravelmente. Inclusive, quanto à questão do homossexualismo ou como o próprio pr. Silas diria, ao gayzismo (e até concordo, em parte, com ele), ela se recusou a segurar a bandeira gay (do movimento homossexual). Veja este texto de um blog pró-gay:

O IRREDUTÍVEL NÃO

No primeiro debate eleitoral na internet realizado pelas empresas Folha/UOL, nesta quarta-feira, 18, a candidata Marina Silva (PV-AC, na foto) passou por uma espécie de “déjà vu” quando o assunto é homossexualidade. Na chegada ao teatro Tuca, da PUC-São Paulo, o universitário do curso de economia Lucas Pio, 20, jogou a bandeira do arco-íris no colo da candidata, quando ela abriu o vidro do carro.

Situação semelhante aconteceu em abril quando o vereador homossexual de Alfenas (MG), Sander Simaglio (PV-MG), deu de presente à candidata a bandeira do arco-íris e ala se recusou em segurar.

Já no debate, Lucas Pio questionou à candidata seu posicionamento sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Marina, que dissimulou muitas vezes, saiu do armário e disse que “o casamento é uma instituição de sexos diferentes. Uma instituição pensada há milhares de anos. Não tenho uma posição favorável”, reafirmou sua posição.

Bem, se isso não é um posicionamento, o que é, então?

Posição semelhante ela tem sobre o aborto e a discrinalização das drogas. Faz parte de seu partido, o PV, ser favorável a isso. Todavia, após sua entrada, foi incluída cláusula de discordância por motivo de consciência, religião, filosófica, etc.

Ok, você deve estar se dizendo, mas se ela é contra e seu partido a favor, então isso já são “favas contadas”. Não é bem assim, sabe por quê?

Vou refrescar sua memória e trazer à tona o “plebiscito das armas”, onde a sociedade foi instada a se manifestar acerca do desarmamento, ou não, da população. A princípio, eu estava bem “cortiça” acerca do assunto, levado pelas ondas. E o “SIM” estava quase ganhando, mas houve um movimento de esclarecimento que levou o “NÃO” a ser considerada uma derrota para o governo Lula pela sua arquiinimiga Revista Veja.

Veja não é uma revista isenta, mas, de vez em quando, acerta.

Em minha igreja, até um coronel da polícia militar deu esclarecimentos sobre o assunto, e trouxe uma contribuição muito relevante ao tema. Eu mesmo mudei de opinião.

Em suma, estranho o fato do pr. Silas usar o argumento do aborto para votar em Serra, quando foi o mentor dele (FHC), quem primeiro hasteou a bandeira gay como presidente. E olhe que o Serra já se manifestou a favor do casamento homossexual e seu estado (SP) ter leis extremamente favoráveis aos homossexuais e ter a maior parada gay do país, talvez do mundo.

Se ele acha que a mídia vai pegar pesado a favor do aborto, é só mostrar a realidade, oras! Eu sou contra o aborto, mas jamais havia visto imagens de fetos abortados, jamais tive coragem de ver cena alguma do filme “Grito Silencioso“. Mas, ao ver as primeiras cenas de aborto, tomei a decisão de engajar-me nessa luta, embora dentro de minhas limitações.

Ora, se a simples exposição nua e crua do que é o aborto, me fez tomar posição, por que não muitos que estão hoje pensando que é uma mera “questão de saúde pública”? Outra, por que a exposição do vídeo do pr. Paschoal Piragine fez a candidata Dilma mascarar suas preferências sobre o aborto, declarando-se contrária agora, contrariando seus discursos anteriores?

Pr. Silas, não era o sr. mesmo quem dizia:

Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade.
2 Coríntios 13:8

Por que agora esse medo do embate, que o sr. tanto gosta? Não temos argumentos convincentes contra a descriminalização das drogas, do aborto e contra o homossexualismo?

Estranha-me vê-lo associar-se a alguém que milita em favor de uma causa que o sr., tão ferrenhamente, combate, que é o homossexualismo.

Assim, longe de pensar que a candidata Marina perdeu alguém de peso a apoiá-la, julgo que sua mudança de posição revela muito mais sobre o sr. do que sobre ela, e começo a pensar que a associação aos mestres da ilusão da prosperidade, o Cerullo e o Murdock, tiveram um poder de envenenamento de sua capacidade de julgamento maior do que eu, até então, pensava. O sr. perdeu muito daquilo que mais eu admirava, a capacidade de discernimento.

Pr. Silas, se a Marina perder, não foi por causa da falta de seu apoio, porque o sr. não tem esse poder todo, e, se ela for para o segundo turno, pelo menos saberemos que também não foi por sua causa.

Agora, pergunto, se ela for para o segundo turno, o que é, de fato, improvável, até o dia de hoje, qual vai ser seu discurso? Vai apoiar a Dilma?

Desafiar Limites também significa, às vezes, tomar posições e mexer em vespeiros e cutucar onça com vara curta…